06 Maio 2024, Mariana

"Talvez tenha sido em uma noite chuvosa, quando desacreditei pela última vez que o verdadeiro amor me aguardava em um futuro próximo.

Entretanto, não muito longe, lá estava você, sem casaco e sem guarda chuva, em meio a tempestade do meu eu.

Foi a primeira vez que vi tanta luz em meio a escuridão.

Você foi capaz de iluminar uma vida inteira de incertezas e medos desde o primeiro instante em que buscou os meus olhos.

Não era como se fossemos estranhas. Você tinha o mapa do meu corpo e de todos os meus sentidos desenhado em mente, como se não fosse a primeira vez e, eu sei que de fato não foi.

Quando dançamos na sala e dissemos "Eu te amo" talvez tenha nascido uma nova constelação ou, seja lá o que há no céu quando duas chamas gêmeas finalmente se juntam.

É tão fácil olhar para trás agora e compreender a vida que passou até então.

Querida, por favor, segure minhas mãos e não solte, pois toda vez que você me olha e sorri eu sinto tudo girar. Eu acho até que o tempo que passou enquanto nos buscávamos fez criar tantas borboletas em mim que eu sinto estar voando junto à elas.

Meu amor quando você me toca, de alma e pele, eu sinto o gosto do manjar dos deuses.

O mundo a nossa volta congela e tudo o que resta é nosso lugar seguro, feito duas peças de um quebra-cabeça nós nos encaixamos de forma perfeita, até parece que nossos corpos foram lapidados uma para a outra e a calmaria e paz podem finalmente marcar presença quando repouso no seu peito e você aperta os braços ao meu redor.

E eu já não ligo mais para a dor das experiências passadas, para as frustrações ou desesperanças. Já não me preocupo mais com os obstáculos do amanhã nem com as pedras que lançam á nós, pois tudo faz sentido agora e eu sei, que sempre esteve e permanecerá olhando junto á mim a lua desaparecer no laranja do nascer do sol.

O tempo nunca foi páreo para nós não é mesmo?!

Nada além das ondas de qualquer mar, além das infinitas cores que o céu decidir pintar, nada além do que o universo tem para ofertar, faz eu sentir o que ascende em mim quando estamos juntas, quando te ouço falar ou gargalhar.

Querida, você derrubou de forma nada discreta todos os meus muros com uma só pancada. Despiu a minha alma e me tens sem armaduras.

Construiu o mais belo e florido jardim e disse que eu estou agora melhor protegida.

Eu não quero ir para onde você não estiver.

Que nos reste ainda muito tempo para deixar que esse sentimento continue transbordando e regando nossas flores.

E se eu morrer, que seja de êxtase do nosso amor, que o mel do seu beijo seja o último sabor que minha boca provou e o avelã dos teus olhos a última paísagem que os meus alcançaram. "

Carta dedica á minha companheira, amor de todas e para todas as minhas vidas, Mariana.

Ruiva Moons daughter
Enviado por Ruiva Moons daughter em 06/05/2024
Reeditado em 06/05/2024
Código do texto: T8057435
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