Mãe

Oi, mãe. Tá me ouvindo? Gostaria de saber como está por aí, se o céu é todo aquele paraíso que nós, aqui na Terra, imaginamos. Se tem um imenso jardim repleto de lindas flores, pássaros e borboletas voando por todos os lados. Será que aí teria um telefone para que pudéssemos te ligar e, por alguns minutos, ouvir novamente tua voz? Ou será que pega ao menos um WhatsApp para, novamente, eu poder ouvir tua risada ao contar que ainda está aprendendo a usar? Aquele que eu tinha acabou sumindo quando seu contato se apagou.

Por aqui a gente segue, mãe, não com as mesmas forças, não com a mesma alegria e ânimo que tínhamos, mas, a gente segue. Segue porque foi assim que a senhora nos ensinou: lutar e seguir até conquistarmos os nossos sonhos. Mas, se tornaram sonhos incompletos. Sonhos que faltam o pedaço mais importante completando a nossa felicidade, a nossa vida; falta você, mãe.

Os dias têm sido um eterno ciclo de "menos um, graças a Deus". O tempo tem passado rápido demais, mas também muito lento. Sei que parece melancólico demais, triste demais. Mas, é assim que tem sido. O cansaço se tornou maior, a angústia se tornou maior. Aqui não tem mais seu colo, suas palavras, seus conselhos. Aqui não tem mais teu aconchego para nos acolher em dias difíceis. Aqui não tem mais a doçura dos teus olhos ao sorrir, o brilho deles aos nos ver. Não tem mais a senhora...

É , mãe... 2018 ruiu com muito do que sonhávamos para nossas vidas. Findou com muitos planos e nos deixou a navegar "soltos", sem rumo, sem direção, tentando um cuidar do outro e não deixar nenhum afundar. 2018 nos tirou o maior pedaço que poderia existir em nossos corações e, em seu lugar, ficaram a saudade e a angústia de não podermos ter feito mais, vivido mais, cuidado mais.

Mãe...como é que tá aí? Tô com saudades...