Sem  papas na língua 

 

( sextilha ) 

 

Participa deste cordel os poetas Zedio Alvarez  e Erivaslucena.  Vamos lá na página deles também? 

 

E dizendo bem depressa

O que tenho que falar 

E digo alto de bom som

Tenho que pronunciar 

Não deixo pela metade

Aquilo vou anunciar 

 

A vizinha barraqueira

Padeiro desavisado

Trato da mesma maneira

 Lingua não tenho cuidado

Só não venha para mim

Um papo desaforado

 

Com ela  arrumar história 

Com ele atrasando o pão  

Eu não sou de bater boca

Mas falo com prontidão 

Estão mal acostumados

Vão querendo a confusão 

 

Eu já morei até na praia

Tinha fila para o pão

Pra quem quer se refrecar

E nunca reclama não 

Com o sol já vem queimando 

Sempre fiquei de antemão 

 

Agora pra fofoqueira

Eu nem vou mais reclamar

Ela quer arrumar brirra

Se entro é  para brigar 

E falar da vida alheia 

Sem  hora pra parar

 

E o padeiro é  um lerdo

Ele não tem precisão 

E sempre queima demais 

O bolo, cavaca  e o pão 

Eu reclamo todo o dia 

Isto não tem mais razão 

 

Me calando por aqui

E sei que não tem mudança 

Sei já virou até costume 

E na  minha vizinhança 

Esta vizinha e o padeiro

Estão na minha lembrança 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 01/05/2024
Reeditado em 01/05/2024
Código do texto: T8053688
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