fogo lazarina.

Espingarda de fogo lazarina

Gibão de couro no chão

Cavalo apeado no portão,

Punhal de prata na mão.

Saudade da rapariga

Do perfume lá de riba

Fogo do coração.

Vesti casaco de couro

No laço da algibeira

Comi farinha torrada

Carne seca água de beira

Deitado na minha rede

Vinda lá do São Francisco

Para matar minha sede

Se chorar não sai um cisco

Já gastei o que não tinha

Pra matar a minha fome

Matei cobra na espinha

Já briguei com lobisomem

Minha luz de lamparina

Das ventas empoeiradas

Fuligem preta suvela

Das calça remendada

Peregrino da terra abandonada

Não tem barco de vela

Nem praia espraiada .

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 16/05/2024
Reeditado em 17/05/2024
Código do texto: T8064545
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