13 de maio de 2024

( Texto republicado)

Por um estranho misterio associativo ao dar-me conta que hoje, 13 de maio de 2024, é o dia da Abolição da Escravatura, lembrei da novela “ Sinhá Moça”.

Não vou entrar no mérito ou na razão de ter me lembrado da novela,até mesmo porque, passou há muito tempo, na globo.

Esta novela dirigida por Benedito Rui Barbosa que a Globo levou ao ar ,no longinquo, ano de 1986 acabou com um cena majetosa, que retratava os momenos grandiosos da libertação do Escravos, em decorrencia do Decreto da Princesa Isabel.

Só sei que, na minha opinião, ela- a novela- serve como referencia para a data que comemoramos, de norte a sul do Brasil !

Mas o que me chamou a atenção, no final da novela, foi e êxodo do povo negro, que liberto pela rainha, saia das grandes fazendas, e ganhava a liberdade, das estradas...

E isto é um fato merecedor de uma reflexão!

A Lei Áurea foi, efetivamente, um grande instrumento de libertação deste povo que teve aviltados os seus mais elementares direitos, inclusive o de não ser reconhecido como pessoa humana passando a ser tratado como animal de carga ou de tração.

O que me chamou atenção é que os negros, partiram das casas grandes, somente com a liberdade de seus corpos mas, aprisionados pelas algemas da mais cruel circunstancia que os levaria a degradação como povos e como cultura.

Passados cento e trinta e seis anos de sua liberdade física os seus descendentes,embora mantenham a honra e a dignidade- atributos históricos de seus antepassados- compõem ,hoje, uma parcela de nossa sociedade que responde pelos índices de analfabetimo e pobreza extremos , trazendo consigo, todos os processos degradatórios que estas condições proporcionam.

Sou um dos milhares de brasileiros que não se conformam com esta situação.

Quem, algum dia, leu Castro Alves vai compreender a minha indignação.

Ouvindo o Carlos Vereza ler, na novela,o texto da Lei Áurea, se nota que ela tem, somente, um artigo.

Faltaram outros que, além da liberdade, reparasse a dignidade que este povo tinha, em sua terra da qual foi arrancado, por seus próprios patriotas e , vendidos, para mercadores de Escravos.

Trazidos por mar para nossa terra e para outras geograis escravagistas, foram reduzidos a animais e sofreram sob a chibatas dos senhores da casa grande que, por si próprios ou utilizando bandidos cruéis , a seu serviço, tudo podiam.

Podiam mesmo praticar os maiores crimes impunemente!

Alguns descendentes destes senhores, do passado, ainda podem tudo fazer, impunemente, no presente.

Acho que na lei Áurea faltou um dispositivo que destinasse ao povo, antes ,maltratado e expropriado, uma indenização -jamais um esmola- em forma de território onde eles pudessem começar vida nova, com terra, onde construirim suas casa e, pelo trabalho dos campos, tivessem alguma possibilidade concreta de renda e de substência para si e para as suas familias.

Penso que a princesa, como nunca precisou de nada, achou que os negros já libertos, seriam alimentados e mantidos por alguma espécie providencia divina.

Lhes deu a liberdade dos ferros dos senhores da casa grande, mas lhes aprisionou, por omissão, nas correntes da miséria, da fome e da subalternidade como cidadãos e como povo.

Dadas estas condições, poucos deste povo que são seres humanos iguais a nos, estão hoje libertos da miséria, do analfabetismo e dos empregos subaltarnos.

Alguns chegam a Universidade e com muita dificuldade conquistam seus espaços profissionais.

É necessário que estes sirvam de exemplos e de modelos para os demais integranres de seu povo que, também,na linha do tempo serão libertos- todos- das correntes que, hoje, os aprisionam.

E o pior é que esta prisão, representada não por ferros mas por miséria e fome , falta de escolas públicas, analfabetismo, drogas, falta de empregos, sub-moradia, continua, até agora, passando de descendência a descendência como uma pena eternamente infinita e cruel.

Pena esta que não permite aos quais ela maltrata, com raríssimas exceções, qualquer especie de apelação a qualquer tribunal que não seja o tribunal do coração de alguns poetas e sonhadores que são, por natureza, mais sensíveis e, por isto, capazes de entender de sofrimentos, de miseria, de angustias e de dores!

( Recanto da Ana e do Erner 13/05/Capão Novo)

ERNER MACHADO
Enviado por ERNER MACHADO em 13/05/2024
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