Saudades da minha terra

Saudades do nascer do sol entre as montanhas

Das montanhas que me rodeavam

Do pedaço de Mata atlântica que eu via nelas

Saudades também dos prédios que me cercavam no meio do vale

Do rio Paraibuna que cortava a cidade

Saudades daquele sonho de estudar nos melhores colégios e na renomada universidade da cidade

Saudade de subir os morros e conseguir ver a cidade inteira

Conhecer todo aquele labirinto

De não sentir o ar rarefeito por ter nascido ali

Única altura que eu gostava era ali pois estava em terra firme

Saudades de andar na linha de quebrar as regras e andar na linha de trem

De cantar gritando com meus amigos

De fazer sinal para o trem e ele apitar em resposta

Contar quantos vagões ele tinha até terminar de passar

Ouvir o som dele passando e tremendo o chão

Saudades dos desfiles militares

Das festas do dia das crianças nos batalhões

Touro mecânico, pula pula, jacaré e algodão doce

O chup-chup que minha mãe vendia nessas festas era o melhor

Boas lembranças eu colecionei

Mas cada vez que eu volto la é uma dor

Pois dói lembrar que tudo aquilo não voltará

Permanecerá apenas na minha memória

As pessoas mudam de endereço

A escola muda seus costumes

Talvez nem cantem mais o hino Nacional na entrada nem comam cachorro quente no intervalo

Lojas fecham e abram

Não pode visitar nenhuma vez a loja da minha amiga e nem poderei mais

A via férrea tem mais segurança

Os prédios caem aos pedaços

E só a minha lembrança se torna algo bom

Algo que não quero que de apague

Pois me trás alegrias e risadas

Saudades dos momentos que vivi naquela terra que agora é tão distante e que acalenta meu coração

Gabriela S Silva
Enviado por Gabriela S Silva em 15/05/2024
Código do texto: T8063623
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