Elementais da Minha Terra 💚

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Não a toa o abacateiro entre outras árvores de espécies diferentes, pesavam com os seus frutos robustos quebrando os galhos mais frágeis.

Era bonito de se ver a fartura. Um solo fértil, mãos escavando a terra e inoculando os caroços e sementes plantados com amorosidade. Mas além do prazeroso esforço humano; haviam os gnomos. Seres pequenos, mais ou menos de 15cm de altura ; muito brincalhões e risonhos; que mantinham esse contato divino com a natureza da terra e com a minha própria natureza. Na minha observação pueril àquela cena não me dava medo. Mas sabia que, apenas eu os via se escondendo e aparecendo bem pertinho de mim. Com aqueles semblantes gordinhos e atarracadinhos.

Nada me falavam, mas me convidavam para um pique-esconde. E eu brincava no decorrer daquele tempo de arar a terra. Meu pai percebendo a minha distração alertava-nos : '- Crianças, deixem a brincadeira para depois'!

E eles entendiam a mensagem e se escondiam. Mas lembro de um em especial que era mais chegado a mim. Abaixou-se ao meu lado sorridente e, com a sua mão gordinha, plantou todas as sementes de abóbora s num canteiro que o pai havia dedicado. Foi num zás traz! Num átimo incomparável! A minha parte no plantio tinha terminado.

E o pai encafifado , porém, entendedor dos segredos da terra, liberava-nos novamente e todos os gnomos apareciam contentes!

Eu abraçava o abacateiro de olhos fechados e contava até três. 'Lá vou eu'! Falava telepaticamente. E aos poucos ia desvendando um por um, mas eram mais espertos e ligeiros e davam três toques no abacateiro! Eles eram sempre os vencedores. Mas eu nunca ficava triste e gargalhava com todos eles que riam de rolar no chão.

Quando as horas caminhavam para as 17:00hs, novamente me comunicava mentalmente que estava na hora do meu banho, e, que se eu demorasse, a minha mãe ralharia.

Eles iam desaparecendo um por um. Descobri que eles viviam no buraco de uma árvore bem velha. " Gato escondido com o rabo de fora". Pude ver um pedaço de um gorro verde com a pontinha para fora. Quando fui puxá-lo ele sumiu. E quem estava perto de mim e sorrindo? O meu gnominho mais achegado.

Me despedi na promessa de voltar no dia seguinte.

(Essa ficção é verdadeira

Mas quem achar que é mentira

Que vá plantar bananeira!)

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Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 13/05/2024
Reeditado em 13/05/2024
Código do texto: T8062355
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