O VELHO E O AR
O velho bípede, outrora de cabeça erguida e perfil altivo e ereto
Agora moribunda sem vida, se arrastando vil, sobre o concreto
Perdeu a calma na mágoa duma normal inércia artificial divina
Que lhe aleijando a alma, lhe imputou aos olhos - o sal e a neblina
Um crânio calvo aprisiona sua mente sobre um par de dentes amarelados
O pé combalido apaga o presente. A ideia demente - afaga o passado
Já não mais respira... Apenas geme. Já nem mais se arrepia, somente - treme
E a brisa norte deu lugar ao vento da morte - de um ar que já nem teme.