Guerras do menosprezo

Domingo

Dia, sol alto

Um tiro na vastidão do cosmos

Na fronte de um homem desajuizado.

Tuas mãos benevolentes

Me resgataram

E me conduziram à casa

Quando eu me encontrava preso

Nos labirintos da solidão

Afetado de saudade.

Acordei como num sonho

Sob a ressaca dolorida

De uma maré solar

Que desmaiava a rua.

Inquietado pelo meu coração convicto

Da potência inocente da Natureza

De se expressar

E pela vontade de ter

Meu pecado confesso.

Tenho andado às avessas pelo mundo

Como um pássaro velho e pesado

Nas madrugadas do inconsciente

Cruzando as eras geológicas todas

Com o pendão de uma dúvida

Pendurado no pescoço:

Você realmente existe?

Você surge, vai aparecendo

Como um rosto na areia

Quanto mais o tempo passa

Mais eu te descubro nos lugares

Em que não estava.

Eli Jardel Alexandre
Enviado por Eli Jardel Alexandre em 13/05/2024
Código do texto: T8062541
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