ALMA SERENA; OH! ALMA FEITA DE ÉTER
Alma serena; oh! Alma feita de Éter…
Em vez de olhos, tens dois astrolábios!
Que em brutos mares, só marujos sábios,
Alcunham-te de Aquática Deméter!...
E quando beijas com teus caros lábios,
E abraças com Saudade, o meu suéter,
Morfina a adentrar-se em meu catéter!…
Adeus, vãs sensações! Adeus, ressábios…
Pois tu, mágica Luz, à Paz, me elevas,
E expulsas, desta carne, as doidas pestes!
Que me puxavam à noite para as trevas,
Num transe junto a cobras e ciprestes…
Junto a Demônios porcos e ébrias Evas,
Roubando-me de tuas mãos Celestes…
(Queiroz Filho)