SETE VIDAS

Há fogo aceso no olhar, em degraus

Como quem vê bugalhos pela frincha

É tudo de alma que geme e pincha

Pelos bons, os inertes e os maus

Há todo o sangue preso numa trincha

No surripiar de escarpas, nessas naus

Que vagam pelo mundo, pelos vaus

Ora em mares soturnos numa chincha

É ver os olhos à pressa, à bolina

A pôr mãos aos tesouros da neblina

Antes que a fuga se feche nos instantes

E de lá lhe arrancam sete vidas

A verter num papel e sem medidas

Vão de asas, pelo vento, aos quadrantes

14-05-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 14/05/2024
Código do texto: T8063110
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