A espera da amada

O galo nem cantou. Também o contraste da vida urbana era contraditória a presença deste arcaico despertador numa vila.

O barulhento trânsito dos dias da semana,  deu folga ao pacato domingo.

Talvez muitos dos vizinhos, estivessem na praia, cachoeira ou na rotina do joseense ao feriado prolongado: passeando pelo sul de Minas.

Enfim, lá estava ele, Rodrigo, vindo a se levantar da exuberante noite contido com a amada.

Noite tão boa e aprazível que ao se levantar nem se preocupou em se vestir.

Apenas da cueca sliper azul marinho, da qual na parte do elástico trazia uma famosa marca de roupa masculina, levantou, ainda de pau duro, nem se preocupou com a cena. Estava já a só pela casa.

Sabia que aquilo era fruto da maravilhosa noite com a amada, da qual lhe serviu tão bem que já pela manhã deixou-o na vontade de um replay.

Levantou, abriu a cortina da sacada, tão logo abrindo a porta da sacada.

Foi a mesa da cozinha que não ficara muito longe e desfrutou-se do café,  deixado pela amada.

Tomou-se dele, fumou um cigarro e foi a piscina banhar-se sobre o silêncio.

Banhou e tomou-se do sol que chegara aos vinte e três graus.

Sentou-se à cadeira da piscina e pôs-se a contagem no dedo de tão logo a amada chegar e colocar em prática o desejo que o ardia por dentro.

Feriado prolongado,  a amada trabalharia meio período.  Tempo precioso para aproveitar a mais o tempinho a sós.