SOB A MÁSCARA E O MANTO (BP)

Às bestas que cercavam, a carne jogada serviu de alimento;

Ao banquete, a criatura assistiu;

Brevemente contente e saciada, no silêncio seguiu;

Obsidiada e devorada, a presa murchou, morreu e ressurgiu.

Atuou lado à lado com a morte, a foice não viu;

Os sinos de Eros dobraram-se, ouviu?

Repentina brisa anuncia tempestade a chegar;

Trovoada forte, emocionada a retumbar;

Treme os céus, o imponente som do trovejar;

Desobscurecida, a lua refletia o relampejar.

À luz que brilha, os olhos não sustentam;

Os sentidos do ágil lagarto desorientam;

Foi assim que a criatura conseguiu esquivar;

Ocultou a presença na penumbra, seu habitar.

Retornada a sua forma original;

Corre a lenda da criatura visceral;

Sob a máscara e o manto que a cobriu;

Segue vagante seu corpo lânguido e esguio.

*************************************************************

Os poemas com o final (BP) pertemcem à categoria "baú de poesia". Os poemas desta categoria, escrevi em datas aleatórias e foram publicados posteriormente.