sem costume

Eu ainda não me acostumei com essa rotina de acordar e não te pertencer. Claro que, estampado no meu coração, como um carimbo ou uma tatuagem, tem seu nome, sua foto. Como se fosse um selo podendo me despachar para sua casa a qualquer hora do dia. Entrega expressa da saudade, que sabe exatamente onde você mora.

Continuo aqui. Ainda persigo meus sonhos, ambições, vontades. A vida não pára pra que se descanse. Você bem sabe como deve ser com suas aspirações tão grandes. Mesmo distante, ainda continuo torcendo por você. Pela gente também, mas foge da nossa alçada por enquanto. Trata de se cuidar. Eu tô me virando aqui.

Fico triste em alguns momentos, sim. Não sou de disfarçar quando fico pra baixo porque fico feio colocando um sorriso falso no rosto. Só não me deixo abater. Sei que se um dia você precisar de mim, precisar mesmo, quiser ligar mesmo-mesmo, vai me encontrar bem mais perto do que imagina. Pelo que vivemos, eu não vou te abandonar.

Ainda que todos os motivos que nos fizeram ficar longe hoje permaneçam no dia de amanhã, vou continuar acreditando em nós. Desculpa minha falta de jeito em nunca ter dito um 'tchau' mais consistente. Pra mim isso tudo é um mal necessário, um 'até breve' que insiste em ficar.

Se o tempo tem o costume de esfriar os amores, também tem o poder de diminuir problemas e diferenças, além de cicatrizar as dores. No fim, tudo é possível dependendo de onde se quer retomar uma história.

Manuela Papale
Enviado por Manuela Papale em 22/10/2014
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