COMPORTAMENTO DE RISCO À SAÚDE EM ADOLESCENTES.

De acordo com o filósofo Epicuro, o prazer é o início e o fim de uma vida feliz. É com esse propósito, que muitos adolescentes entram em meios impróprios, como tabagismo, alcoolismo, entre outros, nas quais podem acometer riscos à saúde dos mesmos.¹

“Um estudo transversal e analítico, composto por 720 escolares (252 rapazes e 468 moças), da faixa etária de 16 a 17 anos, de três escolas públicas de Florianópolis/SC, tinha como objetivo investigar os comportamentos de risco (tabagismo, alcoolismo, uso de drogas e comportamento sexual) de adolescentes do ensino médio em escolas públicas. Os dados foram coletados por meio de dois questionários auto administrados aos alunos e seus pais, no período de março a dezembro de 2005. As variáveis estudadas foram o uso de drogas lícitas e ilícitas e comportamento sexual de risco. Na análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva e o teste do qui-quadrado² - Este teste serve para avaliar quantitativamente a relação entre o resultado de um experimento e a distribuição esperada para o fenômeno.³ – Como resultado, obtivemos que a idade de início para os comportamentos de risco deuse entre 14 e 15 anos, para ambos os sexos. Pôde-se observar que 26 (3,6%) escolares ingeriam bebidas alcoólicas regularmente; 38 (5,3%) fumavam diariamente; 66 (9,2%) eram usuários de drogas ou já o tinham feito uso por várias vezes e 14 (2%) eram dependentes. Quanto ao aspecto sexual, 318 (44,5%) escolares possuíam comportamento sexual de risco e destes, 97 (13,6%) nem sempre usavam camisinha. Da amostra estudada, 545 (76,5%) escolares não apresentavam nenhum comportamento de risco. Dente os comportamentos de risco, o risco sexual foi o mais prevalente (42,5%). ²

Por conseguinte, analisamos que nesse estudo, o número de adolescentes com comportamentos de risco não foi elevado. No entanto, existe uma parcela de adolescentes tabagistas, etilistas e usuários de drogas ilícitas e com comportamentos sexuais de risco, o que chama a atenção para a necessidade de uma maior supervisão e orientação a estes escolares.²

É óbvio e notório que todos os aspectos trabalhados na pesquisa anterior são de riscos redundantes e que devem ser acompanhados, analisados e combatidos.¹ Os danos causados pelo uso de álcool ao adolescente são diferentes daqueles causados nos adultos, seja por questões existenciais desta etapa da vida, seja por questões relacionadas ao amadurecimento do cérebro. O consumo de álcool pode trazer prejuízos para a memória, dificultar a aprendizagem e o controle de impulsos.4 Ademais, mais um artigo publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria descreveu aspectos sociais associados ao consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes, visando orientar o profissional não especialista no trabalho com essas difíceis questões e alertar para as consequências do uso do álcool nessa idade, bem como os prejuízos no futuro. Os autores também citam dados onde o uso na vida de drogas psicotrópicas - substância química que age principalmente no sistema nervoso central, onde altera a função cerebral e temporariamente muda a percepção, o humor, o comportamento e a consciência - entre jovens de 12 a 17 anos é de 48,3% em 107 grandes cidades brasileiras, sendo o maior no índice de uso na vida de álcool na região Sul, 54,5%.

Não obstante, o álcool não é o principal precursor dos riscos na adolescência, como visto outrora na pesquisa realizada em Florianópolis, a sexualidade e a negligência do seu uso é o fator mais evidente na adolescência, ¹ com isso é possível também analisar que a gravidez é a primeira causa de internações (66%) em moças com idade de 10 a 19 anos no Sistema Único de Saúde (SUS), e a aids tem sido responsável pelos anos potenciais de vida perdidos entre jovens. Neste estudo, buscou-se identificar a percepção dos adolescentes quanto à contaminação de HIV e aos fatores de risco relacionados à prática de sexo sem proteção. Para isso, selecionaram-se 32 adolescentes, distribuídos em dois grupos pertencentes à classe A e dois à classe D, conforme especificações da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep). O método utilizado para coleta e análise dos dados foi o Grupo Focal. Os resultados apontados como causa dessa prática foram: os adolescentes têm pouca oportunidade de ter relações sexuais e não fazem uso das informações que possuem para se proteger. As consequências da prática de sexo desprotegido relatadas foram HIV/doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez precoce. Os fatores de proteção apresentados envolviam evitar o sexo e selecionar parceiros.6

Tendo em vista os fatos, é necessário que sejam analisados e corrigidos os erros, para isso, é necessário que ocorra uma consonância entre Estado, sociedade, família e escola, para que cada um em sua área, seja precursor em seu combate aos riscos, seja com prevenção na sexualidade, fiscalização na má distribuição de bebidas alcoólicas, seja no combate ao tráfico de drogas, entre outros fatores ilegais que podem não só afetar os adolescentes em sua saúde, mas também em sua integridade social e psicológica.¹

REFERÊNCIAS

1- Tese própria 2- http://www.redalyc.org/html/408/40812007006/

COMPORTAMENTOS DE RISCO À SAÚDE DE ADOLESCENTES DO ENSINO MÉDIO Descritores: Saúde do Adolescente; Sexo Inseguro; Assunção de Riscos; Comportamento Perigoso. Eliane Denise da Silveira Araújo -Nelson Blankb - José Henrique Ramos Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

3- https://pt.wikipedia.org/wiki/Qui-quadrado 4- http://www.antidrogas.com.br/mostraartigo.php?c=605&msg=Riscos%20do%20 uso%20de%20%E1lcool%20na%20adolesc%EAncia Texto resumido pelo OBID a partir do original publicado pela Revista Brasileira de Psiquiatria 26 (I) pág.14-17; 2004, editado pela Associação Brasileira de Psicologia. Autores: PECHANSKY, Flavio; SZOBOT, Claudia Maciel; SCIVOLETTO, Sandra. Fonte: OBID 5- https://pt.wikipedia.org/wiki/Droga_psicoativa 6- http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151636872008000200010

Sexo desprotegido e adolescência: fatores de risco e de proteção Miria Benincasa - Manuel Morgado Rezende - Janaína Coniaric Universidade de São Paulo Universidade Metodista de São Paulo

Davi Santana
Enviado por Davi Santana em 17/02/2017
Código do texto: T5915009
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