A escravidão atual - A carne mais barata

O Brasil ainda não venceu as estruturas escravistas ainda persistentes na nossa sociedade, mesmo passados cento e vinte e sete anos da abolição oficial da escravidão no Brasil. Prova disto são os números apontados em várias pesquisas, onde mostram que as pessoas que tem a pele mais escura são as mais marginalizadas, excluídas e discriminadas da nossa sociedade. Como membro desse grupo, suscito algumas perguntas para reflexão, dirigida àqueles que também o pertence. Quem de nós nunca viveu uma cena em que foi olhado torto na fila do banco? Quem de nós não foi seguido nos supermercados por seguranças com o medo de que roubássemos? Quem de nós não foi uma ou mais vezes chamado de macaco ou outros nomes carinhosos do tipo? As vézes pelo simples fato de nossa cor somos revistados, interrogados, agrididos e quando não mortos, por aqueles que também deveria nos proporcionar segurança e tratamento igualitário, o Estado. E isto não é apenas uma realidade brasileira. Tantos outros paises ainda vivem sobe profunda intolerância e discriminação, como Hong Kong, India, Alemanha e os Estados unidos, que ultimamente vem sendo destaque nos jornais os casos de negros assassinados por policiais brancos. O mundo em geral ainda vive uma escravidão social disfaçada e negrigênciada pelos seus governantes. Precisamos urgentimente desracializar o ser humano, pois não existi raça, a não ser, a humana e sobre esta questão o folósofo Demétrio Magnoli aborda brilhantemente o mito da raça que serve para legitimar privilégios e preconceitos. Nosso governo, apesar da boa intenção, nos trata como seres menos capazes, ao nos conceder vantagens para adentrar em cursos e concursos púbicos. O governo deveria conceder tais incentivos para a população economicamente carente, assim alcançando todos que precisam e também a grande maioria dos "negros" que se encontram nessa situação. A letra da música de Elza Soares retrata bem a marginalização dos que tem na cor de sua pele um fator determinante de exclusão. "A carne mais barata do mercado é a carne negra. Que vai de graça pro presídio e para debaixo do plástico. Que vai de graça pro subemprego e pros hospitais psiquiátricos". Apesar de todo preconceito e discriminação que ainda vivemos, como romântico que sou, não no sentido hollywoodiano, mas no sentido de acreditar em dias melhores, sonho, como Martin Luther King, em um dia em que não seremos Julgados pela cor de nossa pele, mas sim pelo nosso caráter.

Iziquiel Alves
Enviado por Iziquiel Alves em 16/05/2015
Reeditado em 16/05/2015
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