De Minas a Bahia de carro! Duster nunca mais!

Nesse fim de ano, em dias de festas e preços de passagens aéreas na estratosfera, resolvi pegar a estrada acionando o módulo aventureiro. Como tinha uma reunião de interesses profissionais em Salvador, uni o útil ao agradável, passando parte das festas com meus pais, meus filhos e meus netos.

De Belo Horizonte a Salvador, ida e volta; e dando uma esticadinha até a Linha Verde, contabilizei 3.764 km de muito calor em todo o trajeto; e 99,99% do tempo sem chuva. O carro escolhido: o novo e já ultrapassado Renault Duster. Escolhi o Duster por dois motivos: porta-malas grande e presunção de ECONOMIA...!

A rota escolhida, na ida, Belo Horizonte – Feira de Santana, onde eu pegaria um atalho em Brumado na BA-030 até chegar em Jaguaquara, bem perto do meu destino e evitando os caminhoneiros na precária BR-116, mas ao chegar em Brumado, a Polícia Militar da Bahia, sensata e educada, me instruiu a fazer uma volta por Vitória da Conquista, porque no atalho que eu havia escolhido, estava havendo muitos assaltos a noite; e eu, obediente, atendi.

Belo Horizonte – Brumado: 932km

Até Vitória da Conquista: 1.071km

Até Jequié: 1.227km

Resolvi dormir em Jequié, porque já estava tarde e era noite de Natal. Escolhi o Itajubá Hotel, bem no centro da cidade. Um hotel simples, simpático e cheio de pessoas agradáveis.

Na manhã seguinte, Duster na pista para chegar ao primeiro destino...

Até Feira de Santana: 1.479km

Se arrependimento matasse, eu estaria fulminado...!

O Renault Duster é muito ruim! O porta-malas é suficientemente grande para caber tudo que eu pretendi levar, mas o desempenho do motor e a economia, são algo no mínimo equivocado! O meu Duster é 2016 modelo Dakar, que há um conceito de Raly. Ele tem câmbio manual e eu nunca o tinha posto na estrada em longa distância; e antes mesmo de eu ter percorrido 100km, um pontinho do marcador de combustível deu sinal.

Os bancos são de couro e desconfortáveis; o motor é fraco e te deixa literalmente na mão nas ultrapassagens. A suspensão é esquisita e nas curvas, mesmo em baixa velocidade, a sensação é sempre de que o carro vai tombar. Regulagem de direção é péssima; e o kit multimídia é uma aberração...! GPS ruim, posição da tela horrível e instrumentos difíceis de operar...!

Quando eu finalmente cheguei em Salvador, na porta da PA&P, ao lado do Mercado Modelo, contei 1.652km; a impressão que tive foi que o Duster tragou toda a gasolina do Planeta...!

Sinceramente, eu adoro viajar pelo interior do Brasil de carro. Cada viagem que eu completo me dá uma sensação incrível de que eu não conheço nada. Uma sensação gostosa e acadêmica de sempre poder conhecer mais um pouco de cada lugar onde eu já fui, uma, duas e até mais de três vezes!

Na volta de minha aventura singela, com o Renault Duster ajudando e muito a Petrobras a sair do atoleiro; resolvi vir pelo atalho que a PMBA não havia aconselhado, porque era noite! Como estava de dia, sol a pino, cheguei em Jequié e curvei em direção a Brumado, pelas encostas da Chapada Diamantina, para varar a Bahia de Leste a Oeste, até chegar nas Minas Gerais.

Na saída de Jequié, uma estrada sinuosa e estreita (BA-330), uma estradinha sem graça que só revela uma paisagem árida; mas quando ela encontra a BA-407, o cenário muda! Comecei a trafegar pelo alto de um vale, com visão de dezenas de quilômetros de uma paisagem incrivelmente linda que me valeu todo o esforço e cansaço...

As 12:45h cheguei em Bocaiúva nas Minas Gerais. Cansado dos mais de 1000km de estrada; e notando que a Renault Duster me faria mais raiva, entrei na cidade e procurei um hotel com garagem. Minha escolha foi o PONTUAL HOTEL. Uma edificação nova, imponente, mas com alguns equívocos fáceis de serem sanados, tais como: Ar-condicionado novíssimo, moderno, mas completamente desregulado (o atendente noturno não tem o menor jeito para resolver problemas); chuveiro quente sem controle de mistura e com enorme desperdício de água; saída de emergência escura e sem sinalização; e após apontamentos críticos que fiz, faces sisudas como se a crítica fosse um apedrejamento!!!

O Beberrão e Frouxo, Renault Duster Dakar, chegou inteiro, mas quase soluçando de tanto beber gasolina. Deixo aqui a minha avaliação para a Renault: Duster, só depois que vocês provarem que ele melhorou muito...!

No resumo da viagem, EXCELENTE! Foram quase 3.800km para serem somados no meu livro enorme de grandes aventuras; uma rara oportunidade de estar pertinho de um irmão, todos os filhos e netos; outra rara oportunidade de rever meus pais; de trafegar pelos sertões da Bahia; de voltar ao mar; de fazer negócios com Francisco Magalhães e PA&P Nordeste.

Não posso deixar de registrar a satisfação, mesmo que por alguns poucos minutos, de rever parte de minha turma da GIDAM; e a outra parte dos meus grandes amigos de muitas décadas de CIEAC.

Agradeço a Deus por poder me permitir sapiência na medida certa para todas essas análises!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 03/01/2017
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