As parcerias bem sucedidas

O homem é um ser político e, normalmente, não consegue viver só. Para que possamos subsistir e ser bem sucedidos em nossa jornada pela vida, precisaremos da companhia de outras pessoas. Para tanto, é preciso que sejamos capazes de escolher, adequadamente, aqueles que estarão ao nosso redor. Caso contrário podemos ver frustrados os nossos sonhos e projetos. Destarte, será bem sucedido aquele que for capaz de realizar as melhores parcerias possíveis.

1. Não é bom que o homem esteja só (Gn 2:18). Essa foi uma das primeiras avaliações que Deus fez a nosso respeito. Já demonstrava qual a natureza intrínseca na formação humana. Deixava claro que a convivência era extremamente necessária. Precisamos de alguém com quem possamos conversar e trocar nossas idéias e impressões a respeito do mundo em que vivemos. É assim que nos orienta a Palavra de Deus. Conforme registra o salmista: “Deus faz com que o solitário viva em família” (Sl 68:6). “Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos” (Sl 113:9).

Aquele que não busca estar junto de alguém, que prefere se isolar dos demais e ficar sozinho, além de estar fazendo uma coisa que não é boa para si mesmo, também estará contrariando a Palavra de Deus, escrita com o objetivo de nos orientar sobre como agir para fazer as coisas corretamente. “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3:16-17).

É de destacar que nossa vida, desde o nascimento até a morte, deve ser marcada pela busca e pelo desejo de atingir a perfeição. Nesse mister, embora o errar seja próprio do ser humano, o ideal é não errar nunca. O erro é o caminho da morte. Salomão escreveu: “Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte” (Pv 16:25). No mesmo sentido, Paulo também orientou: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe para que não caia” (1 Co 10:12). Assim sendo, não consideramos como normal a persistência no caminho equivocado. Pelo contrário. Se alguém tomou o caminho errado, deve cair em si, como fez o filho pródigo e converter, voltar atrás, mudar de direção, a fim de que possa retomar o caminho da vida (Lc 15:21). Também é nesse sentido a Palavra de Deus registrada pelo profeta Ezequiel, que diz: “Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor DEUS; convertei-vos, pois, e vivei” (Ez 18:32).

Destarte, não é bom que o homem esteja só. O correto é que procure viver em família, atendendo ao bom conselho da palavra divina.

2. Aprender a conviver. Acredito ser consenso de que duas cabeças, pensando juntas, conduzirão a melhores resultados. Desde a Antigüidade Clássica, Aristóteles já dizia que o homem é um animal político e que não consegue viver fora da polis, da sociedade.

Por outro lado, em estudo recente, encomendado pela ONU e coordenado pelo francês Jacques Dellors, concluiu-se que um dos quatro pilares da educação para o século XXI, deverá ser o aprendizado da convivência. O outro não deve ser visto como um adversário, mas como alguém que um dia poderá nos estender a mão.

Um dos mais antigos mandamentos da lei de Deus é o do “amor ao próximo”. “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22:39). Embora, quase sempre, as pessoas que se aproximam de nós, não estejam interessadas em formar parcerias, não passando de meras interesseiras, cuja pretensão seja apenas a de explorar a nossa boa-fé, devemos vê-las como potenciais parceiras e trabalhar no sentido de que possam se modificar e se tornar verdadeiramente úteis.

Em conclusão podemos dizer que, ao nascer, o homem carece de cuidados especiais; se for abandonado, com certeza morrerá. E mesmo que alguns digam não precisar de ninguém, essa não é bem a verdade. Ainda que seja para levá-los à sepultura, algum dia haverão de carecer dos braços de seus companheiros de convivência. Nesse sentido, tivemos a pretensão de demonstrar a importância de nos cercarmos de pessoas que realmente possam nos ser úteis nas diversas fases de nossa vida e com as quais devemos formar parcerias. Observamos que muitos dos que nos cercam, não são verdadeiros parceiros, mas tão somente exploradores, devendo, portanto, serem lapidados para nos serem úteis. E, finalmente, que somente será bem sucedido, aquele que for capaz de formar as melhores parcerias possíveis.