O conhecimento da salvação

Existem vários elementos que se relacionam diretamente com a salvação, dentre os quais se destacam o conhecimento e a fé. Muitas pessoas possuem uma fé cega, que não se fundamenta em nada, senão na própria fé. Não há teorias, não há lógica, não há sabedoria. Apenas fé. É deveras admirável que em plena era do conhecimento ainda se possam encontrar pessoas com esse atributo. Aqueles que nada viram e que crêem incondicionalmente. É elogiável! Cf. Jo 20:29.

Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que é grande, a fé cega é muito frágil e então, passível de crítica. Ela não dá nenhuma segurança concreta para o seu possuidor. Baseia-se apenas na confiança no mensageiro. Um fala e outro ouve, acredita e absorve a mensagem como guia de vida. Todavia, poucos homens são merecedores de confiança. As aparências, como é cediço, normalmente nos enganam. Diz o ditado que “quem vê cara, não vê coração”. Há tantas vozes no mundo que é difícil sabermos quais são as verdadeiras. De forma que se não tivermos um meio de garantia sobre a autenticidade daquilo que ouvimos, então corremos sérios riscos de sermos enganados. Cf. Rm 10:17; Jo 7:24; 2 Co 11:14-15; 1 Co 14:10; Jr 17:15.

A palavra que se ouve, para ser merecedora da nossa fé deve ter uma origem confiável. Aquele que fala diz estar se embasando na Palavra de Deus. Isso pode ser verdade ou não. O ouvinte deve verificar a procedência, julgá-la e só então aceitá-la e incorporá-la em sua vida. Até mesmo um verdadeiro discípulo pode se equivocar. Além do mais, têm os enganadores de fato. Cf. At 17:11; Lc 9:5; 1 Co 14:29.

Devemos buscar o conhecimento. Há quem pense que a sabedoria é contrária à fé. Isso não é verdade. A sabedoria gera a fé. É o conhecimento sólido e merecedor de confiança que produz a fé. Não é por acaso que somos exortados a crescer no conhecimento. Cf. Jo 5:39; 1 Pe 3:18.

É de destacar que uma das mais poderosas armas usadas pelo maligno em nossos dias é aquela que induz o homem à ignorância. Que alega não haver a necessidade de se saber das coisas. Que tudo o que se precisa saber está na Bíblia. O fato é que, diante disso, muitos têm sucumbido e até atrapalhado a propagação do evangelho. Cf. Sl 19:1; Jo 20:30-31; 1 Co 9:20-22.

Devemos ter consciência de que somos os portadores dos princípios da Sabedoria. A Bíblia é um livro de princípios. Ao aplicá-los, ampliamos o nosso conhecimento a respeito daquilo que o Senhor deixou revelado em sua criação. Devemos ter mais conhecimento que os conhecedores das vãs filosofias desse mundo. Em tudo devemos ser muito mais do que vencedores. Não podemos ser taxados de analfabetos e ignorantes por negar o conhecimento do obvio, de verdades que a ciência tem provado por meios puramente naturais. A Bíblia não nega a ciência. A Bíblia traz as teses e ciência analisa, contrapõe e comprova que a Palavra de Deus é realmente a verdade. Se a Ciência prova a Bíblia, porque temeríamos a ciência? Devemos é saber usá-la. 1 Co 13:11; 2 Tm 2:15.

Ser ministro de Cristo exige que cresçamos no conhecimento muito mais do que os nossos opositores. A Bíblia está cheia de verdades que estão sendo comprovadas ao longo dos anos. No passado, ante o conhecimento possível, muitas interpretações foram construídas. Algumas não eram verdadeiras e sucumbiram quando se conseguiu provar o contrário. Nós devemos interpretar segundo as possibilidades do conhecimento de nossos dias. Não podemos ficar presos em interpretações ultrapassadas. Isso é dar lugar ao maligno. Cf. Dt 29:29; 1 Co 13:10-12; 1 Jo 2:13-14.

Nesse sentido, devemos buscar a fé. Todavia, não a fé cega, mas aquela que é sustentada pelo conhecimento das coisas que estão reveladas. É de saber que o visível conduz àquilo que ainda é desconhecido, mas que também será um dia esclarecido. Para concluir, quero dizer que “a nossa exortação não procede de engano, nem de impureza, nem se baseia em dolo” (1 Ts 2:3).