O preço da bênção

A Bíblia foi escrita com duas finalidades principais: a salvação do homem, em primeiro, e o seu crescimento espiritual, em segundo lugar. O apóstolo Paulo escreve em Romanos 1:16, uma palavra muito importante, na qual ele diz: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego” . Essa palavra vem de encontro ao primeiro objetivo da Bíblia, que é a salvação de todas as pessoas. Pois todos se perderam e se condenaram, por causa dos seus pecados. Em Rm 5:12, a Palavra nos diz: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram”. A Bíblia diz em Ez 18:4 que “a alma que pecar, essa morrerá”. Diante dessa situação, vemos que o homem se encontra com um problema muito sério. Ele pecou, e por causa desse pecado foi condenado à morte, separado de Deus, porque, apesar de Deus amar-nos, mesmo nós sendo pecadores, infelizmente Ele não pode manter comunhão conosco, enquanto não nos arrependermos de nossos pecados e não nos convertermos a Ele. Isaías escreve no cap. 59, vers. 2, o seguinte: “Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça”. Deus é santo, três vezes santo. Em Is 6:3 se diz: “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos”. Deus é santo e o homem é pecador. E esse é o problema. Se Deus também fosse pecador, então não haveria problema de comunhão entre Ele e o homem. Mas Deus é santo e assim sendo, o homem somente poderá manter comunhão com Ele, caso também se torne santo. O homem precisa dessa santidade para poder viver com Deus, para poder conversar com Ele através de oração e para poder morar um dia no céu ao Seu lado. Vejamos o que diz Hb 12:14 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Em 2 Co 6:14b-15a, também temos escrito algo a esse respeito. Diz o texto Sagrado o seguinte: “..que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que união da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno?”. O homem precisa se tornar santo. E isso pode nos parecer um terrível problema, porque nós nos conhecemos e sabemos do que somos capazes. Mas se isso é impossível para nós, para Deus não é. Está escrito em Mt 19:26 que “...para Deus tudo é possível”. A Bíblia traz um relato de uma experiência de Jesus, quando certa vez Ele teve que ressuscitar um homem que morrera há quatro dias e que já estava fedendo. Esse homem se chamava Lázaro. Essa história está escrita no capítulo 11 do Evangelho de João, do versículo 1 ao 46 e vale a pena ser lida, porque ela nos mostra exatamente essa declaração que acabamos de ler em Mateus, de que para Deus tudo é possível. Vamos ler essa história.

O homem é pecador de nascença. Davi diz no Sl 51:5 as palavras inspiradas por Deus que revela essa verdade. Diz ele: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe”. A carta de Paulo aos Romanos no cap. 3, vers. 23, igualmente afirma que “... todos pecaram”. Não há como fugir dessa realidade.

Deus é santíssimo. E essa é outra verdade irrefutável. E está claro que, por ser Ele santíssimo, Ele não pode manter comunhão conosco, enquanto nós não nos tornarmos santos. E se esse é o nosso desejo, a Bíblia diz que esse também é o desejo de Deus. Em Ez 18:32 está escrito: “Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei”. O apóstolo Pedro diz em 2 Pe 3:9 o seguinte: “... Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Deus é um Deus amoroso, que sabe e consegue perdoar e que pode justificar e santificar todo aquele que reconhece o seu estado de pecado e que dele se arrepende. Não tem situação impossível para Deus. Por mais sujo e imundo que seja o estado do homem, Deus pode e deseja salvá-lo, purificá-lo e santificá-lo. Ilustram essa bondade infinita de Deus, a parábola do filho pródigo, registrada em Lc 16:11-32. Após exigir a parte que lhe caberia na herança de seu pai, o filho parte para uma terra distante, esbanja em farras e outros prazeres toda a fortuna que recebera de seu pai, até ficar sem nenhum centavo. E para completar o seu estado de miséria, veio uma grande fome na região onde aquele rapaz estava vivendo e não havia comida. E o único emprego que ele conseguiu foi o de zelador de uma manada de porcos, animal que ele considerava imundo pela sua religião. E aquele rapaz desejava se alimentar com a comida que ele dava para os porcos, mas nem isso ele podia fazer. E foi naquele estado de penúria e abandono que aquele rapaz caiu em si, arrependeu-se do que fizera e decidiu voltar ao seu pai e pedir-lhe o perdão. E assim ele fez. E quando o seu pai o avistou ao longe, correu-lhe ao encontro, o abraçou e o beijou e fez uma festa para ele. E a justificativa daquele pai para a sua atitude era uma só: “...este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado” (Lc 15:24). Assim é Deus. Is 1:18 diz que “...ainda que os vossos pecados são como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que são vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”. Deus pode e deseja a justificação e do homem de seus pecados e a sua conseqüente santificação. E o homem, com certeza, necessita dela para ser salvo da perdição eterna. Já vimos em Hb 12:14 que “sem a santificação ninguém verá o Senhor”. E aqui vem a questão mais importante de toda essa conversa: quanto nos custará a nossa justificação?

Qual é o preço da salvação? Quanto é que Deus cobra para nos purificar de nossos pecados? Quanto será que Deus quer para nos salvar? O que eu tenho que fazer para me santificar? Essas perguntas já passaram pela cabeça de muita gente, principalmente pela cabeça daqueles que tem dinheiro e que acham que, com o seu dinheiro pode comprar tudo o que quiser. E também porque têm aparecido muitos homens inescrupulosos e gananciosos, fazendo comércio com a Palavra de Deus. Também tem surgido terríveis líderes religiosos, que colocam fardos pesadíssimos sobre as costas de seus seguidores, levando-os a uma prática de sacrifícios e de sofrimentos, dizendo que se não agirem dessa forma, não poderão conseguir a salvação. E por causa disso, muita gente tem vivido uma vida miserável, passando fome e necessidade, esperando que, com uma vida assim, possam conseguir a justificação de seus pecados e a salvação de sua alma. Essas atitudes dos homens tratam o Senhor Deus como se fosse um corrupto que aceitasse o suborno para salvar os homens. E ponha corrupto nisso, porque se Deus cobrasse alguma coisa de nós para nos purificar e nos salvar, então Ele estaria nos vendendo o Seu Filho Jesus. Deus seria um mercenário. Mas Deus não é humano para agir assim. Ele é o Senhor de tudo e não precisa que o homem lhe dê nada, exceto gratidão, reverência e obediência. Deus nos fala através do apóstolo Pedro e nos orienta contra essas pessoas que mercadejam com a salvação. Em 2 Pe 2:1-3 nós encontramos esse alerta. O texto diz: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles, o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme”. Deus não é um mercenário. A justificação e a salvação e a santificação do homem não custam nada. Nenhum centavo, nenhum sacrifício, nenhuma coisa que o homem possa fazer. São presentes de Deus. Em Rm 5:1 temos uma parte dessa informação. Diz ali o seguinte: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. Em Efésios 2:8-9 está escrito: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” .Quanto à santificação necessária para que possamos ver o Senhor, como é dito em Hebreus, a Bíblia complementa e diz em Ef 5:25b-26, o seguinte: “ ...Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra”. Também em 1 Co 1:30, temos um reforço desse assunto, onde se diz: “Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”.

Deus não quer que ninguém seja privilegiado.” Se Ele cobrasse alguma coisa, os ricos teriam vantagens sobre os pobres. E Deus não faz acepção de pessoas. Para ele, todas as pessoas são iguais, nenhum é melhor do que o outro. E é por isso que Ele não cobra nada, a não ser a vontade e o desejo da pessoa em ser justificada, salva e santificada. A única coisa que a pessoa pode fazer para receber esses presentes de Deus, é desejá-los e aceitar recebê-los através da pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus é a nossa salvação. Somente por meio dele podemos ser justificados e santificados. Ele é a providência divina para que nós, separados de Deus por causa de nossos pecados, pudéssemos voltar a manter comunhão com Deus. Aceitando a Jesus, nós somos perdoados de nossos pecados e somos santificados. E dessa forma podemos chegar até a presença do Deus santíssimo. Em Jo 3:16 nós temos a revelação dessa remédio divino. Diz o texto sagrado o seguinte: “ Porque Deus amou ao mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Deus deseja te dar hoje mesmo a justificação de seus pecados, a sua santificação e a conseqüente salvação de sua alma. De graça, sem te cobrar absolutamente nada. Para tanto, basta apenas que você tenha esse desejo e aceite a Jesus. Explicando como a pessoa que deseja receber a salvação deve proceder, o apóstolo Paulo escreveu em Rm 10:9-10, o seguinte: “Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo, porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se confessa a respeito da salvação”. É só isso o que você precisa fazer. Basta apenas dizer com a sua boca que aceita a Jesus como seu Salvador. Eu espero que você faça isso hoje mesmo, pois a salvação da nossa alma, com toda a certeza, é a coisa mais preciosa que podemos conseguir nesta vida, pois como diz em Mt 16:26, “... que adianta ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma?” Não adiantaria nada ter tudo e não ter a salvação, não é verdade? Então? Crie coragem e faça hoje a sua decisão, aceitando a Jesus como seu Salvador. Que Deus em Cristo nos abençoe!

Poxoréo, 11 de agosto de 1996