Lula

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Izaias Resplandes

O Brasil concluiu em 27 de outubro de 2002 o processo da primeira eleição do Presidente Luís Inácio Lula da Silva. Foi uma lição de democracia. Dos seis candidatos iniciais, apenas Serra e Lula passaram na prova do dia 06 de outubro e somente Lula foi aprovado no exame final. Muito se falou sobre tudo o que aconteceu. A vida dos candidatos foi passada a limpo e o Brasil conheceu muito intimamente a vida, os projetos e as idéias para o futuro de seu novo Presidente antes de elegê-lo. Somente depois de tudo isso acontecer é que o povo foi às urnas exercitar a sua responsabilidade.

Nós, evangélicos, também fomos às urnas. Cumprimos o nosso dever de participar do processo político, embora sem o ufanismo e a exaltação da grande maioria. Participamos com a sobriedade e a discrição cristã. Dentre os candidatos, escolhemos aquele que julgávamos ser o melhor para o povo de Deus; aquele que imporia um fardo mais leve para nós carregarmos, pois essa sempre foi a vontade de Jesus (Mt 11:30).

As autoridades são ministros de Deus (Rm 13:4) e o fardo de atribuições que elas colocarão em nossos ombros para carregar, deve estar de acordo com o plano daquele que as instituíram (Rm 13:1). Sempre devemos orar para que isso venha a acontecer, pois muitos reis de Israel que foram constituídos com a permissão de Deus, não permaneceram em sua vontade e o povo sofreu as conseqüências. Mas nós podemos muito em nossas orações a favor das autoridades constituídas (1Tm 2:1-3).

Durante o período eleitoral muitos irmãos me falaram que estavam sensivelmente preocupados com o futuro do país, se o Lula fosse eleito o Presidente. Procurei acalmá-los, recomendando que orassem e entregassem a questão nas mãos de Deus. Os nossos pensamentos não são os pensamentos divinos. “Há caminho que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Pv 14:12). Muitos pensávamos que Lula não era o melhor caminho, mas ele foi eleito presidente do Brasil com a permissão de Deus. Pelo voto da maioria, segundo o critério estabelecido por Deus, Lula foi confirmado Presidente do Brasil (Mt 18:18).

Deus é democrático. Lá no Éden, quando ele criou o homem, ele também lançou as bases da democracia, concedendo ao homem a liberdade de escolha, o livre arbítrio para decidir se obedeceria a Deus e viveria ou se o desobedeceria e morreria.

Quando Deus não quis realmente que o homem tivesse acesso à árvore da vida, ele tomou as providências para que isso não fosse possível. Ele expulsou o homem do jardim e “colocou querubins” e “uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida” (Gn 3:24). Se Deus não fosse democrático, ele teria feito a mesma coisa com a árvore do conhecimento do bem e do mal. Nesse caso, sim, ele estaria impondo a sua vontade e não permitindo que o homem decidisse. Mas não foi o que aconteceu.

Deus não é ditador. Deus é amor (1 Jo 4:8, 16). E o que ele deseja é que as pessoas, voluntariamente se aproximem dele com disposição interior para fazer a sua vontade. Ele não deseja o sofrimento, nem a morte de ninguém (Ez 18:32), senão que deseja apenas o melhor para nós.

Naquele 27 de outubro de 2002 Deus permitiu que nós elegêssemos Lula, Presidente do Brasil. De igual forma, com toda certeza, Ele também permite que novas pessoas, nessa data, escolham o governo de seu filho Jesus sobre suas vidas. Jesus é o Rei dos Reis. Deus o tem colocado acima de todo nome. Ele “o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados” (At 5:31).

Jesus se humilhou. Veio a este mundo em forma humana. Sofreu o castigo que pesava sobre nossos ombros em nosso lugar. Fez o impossível para que nós pudéssemos ser salvos. Sua vida também foi passada a limpo, bem como suas palavras e seus planos para o nosso futuro. E ele foi aprovado por Deus, de tal forma que “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2:9-11).

Naquele 27 de outubro de 2002 nós elegemos Lula, Presidente do Brasil. Agora é a vez de Cristo. Com muito maior empenho e alegria, vamos elegê-lo o nosso Rei e Senhor, porque essa sim, não é apenas uma atitude permitida por Deus, senão que seja efetivamente a sua vontade soberana enquanto Deus Onipotente e Criador.

Ah, sim! Em relação às eleições deste ano, vamos repetir o procedimento de 2002, sem barulho e sem ufanismo. Vamos às urnas com seriedade e muita responsabilidade. Tenhamos em mente que estamos elegendo aquele que usará o braço do poder temporal contra nós. Saibamos escolher com a razão e inteligência que Deus nos deu.

Que Deus nos abençoe!

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Izaias Resplandes é membro da Igreja Neo-Testamentária de Poxoréo, MT.