Um plano de amor

Uma relação envolve dois pólos, seja a sua natureza humana ou divina, simplesmente entre homens, ou entre esses e Deus. Nas relações humanas, os resultados dependem de ambas as partes, as quais podem negociar com liberdade as regras que desejam seguir. Nas relações divino-humanas, em face de que Deus, pela sua natureza, somente pode desejar o melhor para o homem, não existe a livre negociação. O plano das regras de relacionamento com Deus é definido por Ele, segundo sua própria visão e objetivando o melhor possível para o homem, mas não lhe é imposto em caráter obrigatório, porque Ele estabeleceu limites até mesmo para si. Pelo seu livre-arbítrio o homem pode decidir sobre aceitá-lo ou não. Cf. Js 24:15; At 10:9-16; Ef 2:4-10; Hb 11:8-16.

Deus decide sozinho não porque seja autoritário, mas porque é conhecedor de todas as coisas. O conhecimento do homem é parcial. Ele pensa que sabe das coisas, mas somente Deus é onisciente. Aquele que ama pensa no outro e, dentro dos limites estabelecidos, faz o seu melhor para que esse seja bem sucedido. Cf. Sl 139:2; Ec 9:1; 1 Jo 3:20; Is 55:8-9; Pv 14:12; 1 Co 10:24; 13:4-5, 13; Jo 15:13.

O amor de Deus é muito maior do que qualquer homem pode imaginar. É ao mesmo tempo individual e social. Deus tem um amor especial pela sua criação como um todo e por cada ser em particular. Ele nunca pensou em perder qualquer de suas criaturas. Por isso, antes mesmo da fundação do mundo, Ele preparou o seu plano de amor para a salvação do homem. É didático o seu primeiro conselho nesse sentido. Deus quer que o homem viva eternamente no bom lugar, ao seu lado e de todos os santos e anjos. Ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre. Somente em um dos salmos, esse versículo é repetido 26 vezes. Cf. Jo 3:16; Rm 5:8; 2 Pe 3:9; Jo10:27-29; Gn 2:17; Jo 10:10; Ez 18:32; Sl 118:1-4; Sl 136:1-26.

Por outro lado, o pecado transformou o homem bom que Deus criou em um homem de maus desígnios. E por ser ruim, não é capaz de conceber que alguém seja bom. Cf. Gn 8:21; Mt 12:34; Mt 20:1-15 (lavradores maus).

Todavia, Deus não é bom porque nós somos ruins. Deus é bom simplesmente porque essa é a sua natureza. O homem é mutável, Deus não. Quando Ele diz que algo será assim é porque assim será para todo o sempre. Ele é a verdade. Ele é fiel e garante a sua palavra. Ela é lei irrevogável. Cf. Sl 143:10; Tt 1:2; Lc 21:13; Nm 23:19; Jo 14:6; 1 Co 10:13; 2 Co 1:18; 1 Jo 1:9.

De todas as verdades, a maior é que Deus deseja a nossa salvação. Ele tem feito de tudo para que nós possamos chegar à sua presença. Inclusive, já está preparando um lugar para que nós possamos passar a eternidade ao seu lado. E quando digo nós, me refiro à maior das promessas contidas em sua Palavra, a qual promete a salvação para a família. O “tu e tua casa. Essa expressão ocorre por toda a Bíblia, culminando com a grande declaração de salvação em At 16:30-31.

Deus tem prometido salvar a família. Nós devemos acreditar nisso. Essa é a vontade dele. O plano de salvação já está preparado. É um plano de amor. A única coisa que está faltando é a nossa assinatura, a nossa declaração de que aceitamos esse benefício que ele graciosamente nos dá, não porque nós merecemos, mas porque assim determina a sua bondade.

Que Deus seja para sempre louvado!