Cascas

A casca é uma espécie de casulo que protege as árvores, os frutos, os ovos, as sementes e outras coisas semelhantes. O nosso corpo também é uma espécie de casca que serve de hospedeiro do espírito enquanto formos almas viventes. Às vezes a casca é enrugada, grossa, feia; outras vezes parece ameaçadora, dando a impressão de um ser perigoso. No intuito de proteger o que oculta, a casca procura disfarçar ao máximo a realidade. Por isso se diz que “as cascas”, ou melhor, “as aparências enganam”, ensinando-nos que não devemos nos levar por elas. Cf. 1 Sm 16:7; Jl 1:7; Mc 12:14; Jo 7:24; 1 Co 3:16; MT 7:15.

Aparência das coisas. Parece ser, mas não é. Devemos ter cuidado em nossos julgamentos, principalmente no que se refere aos aspectos espirituais. Há caminho que parece direito, mas ao final é caminho de morte (Pv 16:25; 21:2). Certas coisas parecem belas por fora, mas por dentro é podridão pura (Mt 23:27); outras parece loucura, mas representam a verdadeira sabedoria (1 Co 2:14); ou parecem frágeis, quando são as mais importantes.

Conversando com uma professora sobre a quantidade de pessoas que estão se reunindo na igreja local que freqüento, ela se decepcionou quando eu lhe disse que éramos em torno de catorze pessoas batizadas e redargüiu: “mas então a sua igreja é formada apenas pelos membros da sua família!” E muito feliz eu lhe que sim. Expliquei-lhe que no princípio era assim. Os discípulos se reuniam em suas casas, principalmente quando o chefe da família era cristão. Ele então liderava material e espiritualmente sua família. Ele conhecia os seus liderados, porque eram os seus. É claro que outras pessoas que não eram daquela família, também se reuniam ali, mas não formavam grandes grupos. Rm 16:3-5; 1 Co 16:19.

A quantidade é importante, mas não sem qualidade. Não adianta nada ser uma igreja grande, rica e poderosa, mas Jesus estar do lado de fora, como acontecia na Igreja de Laodicéia. Ap 3:14-20. O mais importante é a presença de Cristo no meio do grupo, caracterizada pela submissão, pelo apreço à sua Palavra e ao seu exemplo de vida, praticando os seus mandamentos. Jo 13:15; Jo 15:14; Mt 18:20; At 20:35; Lc 12:32.

Todos são chamados. Deus não quer que nenhuma pessoa pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento e sejam salvos. Ele não tem prazer na morte de ninguém. Apesar de ser essa a Sua vontade, poucos são os escolhidos, poucos se voltam de seus maus caminhos, raros se apegam ao que diz a Palavra, preferindo anularem-se em seus próprios raciocínios, pensamentos e vãs filosofias. 2 Pe 3:9; Ez 18:23, 32; Mt 20:16; 22:14; Rm 1:21; 1 Co 3:20; Cl 2:8; Ef 2:3.

O caminho para o céu é estreito e apertado e poucos entram por ele. Somente aqueles que empregam esforço conseguem chegar lá. É necessário um espírito de renúncia, de desprendimento das coisas terrenas e de apreciação das espirituais. Mt 7:14; 11:12; At 24:16; Lc 13:24; Mt 16:24; Jo 12:25; 17:14; 1 Jo 2:15.

Não tenhamos receio de revelar ao mundo quem nós somos realmente. Pelo contrário, dispamo-nos de todos os invólucros de falsidade e sejamos verdadeiros para que o mundo veja a luz de Deus resplandecendo em nós. Tg 1:21-22; 1 Pe 2:1-3; Mt 5:37; Tg 5:12.

Não sejamos mornos. Fiel é a Palavra e digna de toda a aceitação. Guardemos firme a confissão de nossa esperança e Ele será fiel para cumprir a sua Palavra. Ap 3:16; 1 Tm 4:9; Hb 10:23.