A paixão como testemunha: Jean Baudrillard, o Bruxo da Nova Era

Glória Kreinz

Como comemoramos o dia das Bruxas, no folclore Celta, no dia 31 de outubro me lembrei de Jean Baudrillard e de sua morte.No dia 6 de março de 2007, pela Internet, a notícia correu: Jean Baudrillard estava morto, a nota foi dada pela família. Uma corrente de místicos internacionais, onde também havia antropólogos, e Baudrillard sempre era notícia devido sua ligação com a antropologia, complementou a notícia. O eclipse do dia 3 de março anunciava sua morte diziam, confirmando suas palavras. Era o bruxo da nova era, um grande homem, os astros confirmaram...

Desta forma morreu, meio sem morrer, virando lenda no mundo virtual, J. B. Baudrillard. Na época recebemos no NJR/ECA/USP, mais de 20 textos pela Internet, contando casos diferentes sobre o pensador francês, sempre lembrado no filme MATRIX.

Procuro me situar e divulgar seu pensamento e encontro em Senhas, publicado em 2001, este fragmento de texto: "o pensamento deve representar um papel catastrófico, ser ele próprio um elemento de catástrofe, de provocação em um mundo que quer depurar absolutamente tudo, exterminar a morte, a negatividade".

Diz ainda, que este mundo que "se identifica consigo mesmo, é idêntico a si mesmo excluindo todo princípio de alteridade é o reino do crime perfeito. E a clonagem , na acepção mais ampla, é o crime perfeito".Acusa: CLONAGEM, "reprodução assexuada do mesmo, o crime perfeito, que se reproduzirá ao infinito."

Quando Baudrillard lançou seu livro América, nos Estados Unidos, nos anos oitenta, foi interessante que tivessem feito uma fogueira com alguns exemplares da obra diante de seu hotel, pois permitiu que o pensador francês se intitulasse Bruxo da Nova Era, e retomasse o ritual da queima de livros pelos alemães na segunda grande guerra .Tinha paixão pelos rituais. Tenho a edição brasileira do livro, autografa por ele.

A declaração sobre os rituais, no livro Senhas, é a seguinte: "Circunscrevemos domínios em que certos tipos de racionalidades, econômica, anatômica, sexual, parecem agrupar-se, mas a forma radical, continua sendo a do desafio- da negação do valor. Do sacrifício do valor. Estaríamos vivendo de um modo sacrifical, sem querer assumir isso, ou melhor,sem poder assumi-lo, porque sem os rituais, sem os mitos, não temos mais os meios para isso".

E em América, diante do deserto, Baudrillard personifica sua paixão pelo ritual. Diante da beleza do deserto exclama. "O que poderemos sacrificar ao deserto senão uma mulher?" Amor pelo sacrifício, sempre. E de certa forma um elogio à mulher...Só seres perfeitos podem ser sacrificados aos Deuses... Nesta conclusão, prestamos nossa carinhosa homenagem ao pensador francês, que acreditou na paixão, contra a simulação...Também acreditamos.

Nota-Originalmente o texto com algumas modificações está no site da UNESCO BRASIL;http://www.brasilia.unesco.org/comunidades/catedras/BoletimcatedraJoseReis/boletim7artigo2

WIKIPEDIA-Jean Baudrillard (Reims, 27 de julho de 1929 — Paris, 6 de março de 2007) foi um sociólogo e filósofo francês.