Os arroubos da juventude

Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas (Ec. 11:9).

É comum de se ouvir que os jovens são o futuro. Se isso for verdade, então a igreja não será uma igreja de jovens, porque a maioria deles não vive nela. Eles possuem outros interesses, mais ligados à carne, aos olhos e à soberba da vida. E é uma pena que seja assim, porque esse desinteresse espiritual também acaba sendo responsável pelo fracasso juvenil no emprego, no casamento e na própria vida de um modo geral. Não se contentam com o que ganham, acham absurdo ter que obedecer a ordens, cumprir horários, não tem a paciência de esperar o tempo e a oportunidade para se promover. Não compreendem que após o casamento, como disse certa vez um poeta, “a vida de boemia tem que acabar”, sair com a turma passa a ser a exceção, devendo ser substituído pelo sair com o cônjuge e os filhos. Surgem as responsabilidades de casa, os deveres domésticos e coisas assim.

Muitos jovens trocam Deus, a Igreja, a Bíblia e os valores espirituais por farras, namoros ardentes, sexo livre, bebidas, música estridente, jogos, drogas e coisas semelhantes a essas que despertam o seu apetite carnal, isto é, sua concupiscência, o “desejo imoderado de satisfazer a sensualidade”, a volúpia (satisfação íntima), a lascívia (o ato libidinoso, a devassidão, a corrupção, a libertinagem, a depravação de costumes), a luxúria. Não é errado ter desejo carnal, uma vez que nós somos carne. O erro está na falta de moderação, no excesso. O crente deve ser uma pessoa moderada, com domínio próprio. Cf. Pv 25:27; Rm 12:3; Fp 4:5; 1 Tm 2:15; 2 Tm 1:7.

O Espírito que habita no crente o ajuda a se dominar. Por isso, para ser forte e vencer a vontade da carne, precisamos estar sob o controle dele. Cf. Rm 13:14; Gl 5:16, 24; Ef 4:22; Cl 3:5; 1Pe 4:3.

Os que se deixam vencer pelos seus desejos estão se deixando conduzir pelo inimigo de nossas almas e o destino desses, se não conseguirem dar a volta por cima é a perdição material e espiritual. Cf. 1 Tm 6:9; 2 Tm 3:6; 2 Pe 2:18; 2 Pe 3:3; 1 Jo 2:16; 1 Jo 2:17.

Nós, os que temos conhecido a liberdade de Cristo, não devemos dar lugar ao excesso (que é pecado) e voltar outra vez à vida de outrora, que é o que acontece com a maioria daqueles que não sabem se impor limites. Então se perdem e não conseguem novamente encontrar o rumo. Não sejamos como gentios que não tem lei, que não tem limites. Cf. Rm 6:12; 1:24; 7:7; 7:8; 1 Ts 4:5.

A juventude é uma fase linda da vida. Aliás, todas as fases da vida são lindas: a infância, a adolescência, a juventude, a fase adulta e a velhice. Tudo pode ser maravilhoso, se soubermos administrar a nossa liberdade dentro dos padrões estabelecidos por Deus. Cf. 2 Co 3:17; 1 Co 8:9; Gl 2:4; 5:1, 13; Tg 1:25; 2:12; 1 Pe 2:16, 19.

Há muitas promessas de felicidade através da riqueza, da sociedade com certas pessoas, dos estudos, do trabalho, do casamento adequado, mas devemos saber que não existe felicidade para aquele que anda fora dos caminhos de Deus. É por isso que muitos têm encontrado a perdição, a infelicidade e a tristeza, quando escolhem andar pelos seus próprios pés. Não souberam fazer as escolhas adequadas. Cf. Pv 16:20; Rm 14:22; 1 Co 7:40; Tg 1:12, 25, 5:11, 1 Pe 3:10, 12.

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento (Fp 4:8).

Que Deus possa nos dar sabedoria para escolhermos a maneira correta de conduzir a nossa vida.