Homenagem ao grande compositor Dino Franco

"O que é feito daqueles beijos que eu te dei..."

"Vai com Deus, seja feliz com o teu amado..."

Quem não conhece ou até já cantou esses versos? Eles fazem parte da música "Amargurado" do maior compositor vivo, e um dos maiores de todos os tempos, da música sertaneja, Dino Franco, de quem tenho o privilégio de ser amigo e parceiro em diversas composições.

Dino Franco está recebendo diversas homenagens pelos 50 anos de carreira como autor e intérprete.

No nosso CD "Trovadores do Campo - Vol. 2" incluímos um dos clássicos de Dino Franco em parceria com José Fortuna,

com participação especial do Dino: "Cheiro de Relva".

Fiz um vídeo com a música, que será mostrado num telão, em Agissê, distrito de Rancharia, onde Dino Franco foi criado, no dia 7 de novembro, numa grande festa em sua homenagem.

Estou convidando os amigos a conhecer e divulgar o vídeo. É só clicar no link:

http://www.youtube.com/watch?v=UTZK_PDehGQ

Talvez também queira conhecer um pouco mais sobre esse inspirado poeta. Segue uma biografia dele.

“Dino Franco – 53 Anos de História Na Música Sertaneja”

Nascido na cidade de Paranapanema, interior de São Paulo, aos oito dias do mês de setembro de 1936, Osvaldo Franco ou, como é conhecido nacionalmente, Dino Franco, pode ser considerado o mais popular e consagrado autor sertanejo em atividade na atualidade.

Dono de uma carreira fascinante Dino Franco é um dos raríssimos exemplos de realização pessoal e profissional dentro da musica popular brasileira, notadamente no segmento da musica sertaneja raiz; com mais de cinqüenta anos dedicados à musica, além de ser um dos maiores compositores de todas as épocas também fez história como cantor e como produtor musical.

Iniciou sua atividade profissional na década de 50 na Rádio Clube Marconi, em Paraguaçu Paulista (SP), quando então formou sua primeira dupla com nome de Osvaldinho e Orlandinho, participando de inúmeros shows em Circos, Parques de Diversão e em pequenos shows e festivais regionais.

Ainda na década de 50 transferiu residência para a capital paulista, mais precisamente no ano de 1.956, onde formou dupla com o parceiro Tibagi e criou seu primeiro programa de rádio, na então Radio Nacional, que ia ao ar às quintas-feiras no horário das 19:30 hs.

Sua historia como autor teve inicio no ano de 1957, sendo que a primeira obra, de sua autoria, a ser gravada foi Milagrosa Nossa Senhora interpretada pela dupla Tonico e Tinoco e lançado pela Gravadora Continental.

A gravação de seu primeiro disco, ainda em 78 RPM, aconteceu no ano de 1.959 em parceria com seu amigo Tibagi, que formava com ele a dupla Tibagi e Pirassununga, numa produção de Zé do Rancho e foi lançado pela Gravadora RGE, contendo os sucessos Peão de Minas e Falsos Carinhos, entre outros.

No ano de 1.960 desfez a parceria com Tibagi e formou uma nova dupla: Juquinha e Junqueira, tendo gravado, pela RCA, os sucessos “Mineiro Não Perde O Trem”, “Sela Fria”, “Maldita Aliança” e “Três Mulheres”, tendo este trabalho uma enorme repercussão na época.

Pirassununga e Piratininga e Belmonte e Pirassununga foram algumas das duplas em que Dino Franco participou na época, sem contar que com o parceiro Belmonte formou trio com Zé Maringá e cantou na noite de São Paulo em Churrascarias e Boates, dedicando-se mais às musicas Mexicanas, Paraguaias, Correntina e Gaúchas, uma vez que tinha grande influencia de Miguel Aceves Mejia, Cristal e Trio Los Panchos.

Seu nome próprio, na composição de duplas, surgiu a partir da sua união com o cantor Biá com quem formou a dupla Biá e Dino Franco. Também nos anos 60 Dino Franco viajou, encenando peças teatrais com várias duplas, como: Zico e Zeca, Abel e Caim e Liu e Léu.

Dedicou-se por vários anos à produção musical à frente da Gravadora Chantecler, onde produziu e lançou inúmeras duplas sertanejas no mercado fonográfico sendo que grande parte delas permanecem até hoje.

No decorrer destes 50 anos Dino Franco foi marcando sua história como sendo um vitorioso, tendo sempre suas raízes voltadas para a musica sertaneja, ora cantando, ora compondo, participando e vencendo nos maiores Festivais de Música, destacando-se os das Rádios Nacional e Record e o famoso Festival Arizona de Música Sertaneja.

Sua trajetória na música sertaneja até o levou a ocupar a cadeira de numero 14 na Academia Municipalista de Letras do Brasil, sediada em Campo Grande, onde ocupa a cadeira nº 14 que era do saudoso João Pacífico.

Por 28 anos Dino Franco fez sua mais duradoura parceria com o cantor Moraí, formando a dupla Dino Franco e Moraí emplacando iúmeros sucessos. Gravaram 17 discos, fora as compilações. Com a morte de Mouraí em 2007, ficou bastante abalado, pois além de parceiro musical este foi seu grande amigo. Mas não parou de compor e de cantar. Por uns tempos voltou a fazer shows formando um grupo gauchesco, e atualmente forma trio com Fandangueiro e o acordeonista Gauchito já com dois CDs lançados. Além de viajar, por todo o país, levando suas interpretações musicais, dedica a maior parte de seu tempo à produção musical, sempre na expectativa de oferecer trabalhos de qualidade, apresentar novos artistas ao mercado fonográfico e descobrir novos talentos.

Dino Franco tem bem mais de 1000 músicas gravadas por ele e por muitos outros artistas.

Raros são os cantores e compositores, ainda em atividade, que têm o privilégio de ouvir suas obras gravadas e regravadas no decorrer de cinco décadas. O mais impressionante nesta história de sucesso é que jovens e adolescentes, mesmo sem conhecer o criador da obra, fazem coro com os mais velhos e saudosistas e interpretam as músicas de Dino Franco como se fossem hinos que se perpetuam ao longo dos anos.

Qual aquele, amante ou admirador da música sertaneja, que nunca ouviu ou cantou, ao menos uma vez, as frases:

“O que é feito daqueles beijos que eu te dei?..” e ...

“... Vai com Deus, sejas feliz com o seu amado ...”

Dino Franco vem recebendo diversas homenagens mais do que merecidas. Infelizmente nesse país sem memória, em que a mediocridade muitas vezes é exaltada e os verdadeiros talentos são esquecidos, a grande mídia pouco pouco se interessa por histórias como esta.

Mas aqui e ali, vamos quebrando essa regra e valorizando o que realmente tem valor, como o talento eclético deste que é um dos maiores, senão o maior poeta da música sertaneja de todos os tempos.

Parabéns, Dino Franco!