Que é World Music?

Muitos idiotas de narizes empinados costumam torcê-los diante do que se costuma chamar de World Music, que nada mais é que música de excelente qualidade produzida, amiúde, com marcante característica de determinada cultura, baseada antes no acervo folclórico do que nas tradicionais Escolas eruditas.

Ora, o que se chama de música World, portanto, nada mais é que uma peça musical polifônica, destinada a interpretação instrumental e/ou vocal, muitas vezes orquestral, não enquadrada em nenhuma corrente tradicional e com fortes traços culturais da nacionalidade do compositor. Portanto, música de qualidade, dignificante da espécie humana, música que enleva a alma enquanto dignifica a condição mundana desses seres planetários ainda em formação que somos. Claro, a consecução desse mister está diretamente ligada, tanto mais ou tanto menos, a situação relativa ao adiantamento espiritual do compositor, naturalmente, sem falar do domínio das técnicas de composição, do talento, da inspiração, da capacidade de transformar esses surtos em notas musicais, etc. e etc..

Posso dizer que, como blogueiro, sou editor bissexto, é fato, e todos já sabem o porquê, como já o expus em outras reportagens. Portanto, "juro" que não vou mais dizer que só escrevo nas horas da angustia e da saudade, quando ouso soltar palavras aos quatro ventos, em busca de ouvidos amistosos como os vossos, amigo leitor... Não, não vou mais dizê-lo! Mas, hoje, fui movido a escrever algumas bobagens, instigado pela leitura de um recado enviado por um entendido em música, "um crítico", a um jovem editor iniciante.

A verdade é que deploro com veemência, e tenho deplorado por toda minha miserável existência, como todos já estão fartos de saber, aquilo que se chama de crítica especializada, que sempre taxei de crítica desespecializada.

Ora, vi esse sujeito doidivanas aconselhar o tal editor iniciante a não contaminar seu blog de Música Erudita, com porcarias World Music e New Age... Um caboclo desses, com toda certeza, mal distingue um Baião de Luiz Gonzaga duma fuga de Bach, (Vou logo advertindo que nada tenho contra o grande Luiz Gonzaga, que por sinal adoro).

Aí, se o iniciante não tiver estrutura anterior bem formada nos meandros da música erudita? Se estiver, como é bem provável, usando o recurso eletrônico através da web para aprender e crescer pessoalmente, enquanto compartilha seu próprio acervo? O que é muito louvável, diga-se de passagem. Não é muito difícil perceber que, fatalmente, o iniciante, em tributo à grande figura do "crítico", passe incontinenti a torcer suas próprias ventas a tal música world...

Juro, de pés juntos, que não digo mais que nasci (literalmente) dentro de um Conservatório. Que a Música Erudita foi meu café da manhã, meu almoço e meu jantar durante mais de meio século, e que me embalou desde o jardim-de-infância até a universidade. Que minha mãe foi pianista, que a avó foi pianista, que o bisavô foi pianista, lá pras bandas da Europa... Eu? Não, pelo menos nas salas internacionais, não! Sou é criador de bodes, como já sabem.

E apesar da minha quase nula erudição, tenho uma opinião que me acompanha a meio século: Só um louco deixa de ver as "belezuras" de uma música só porque não é erudita, ou antes, não foi rotulada e carimbada convenientemente como erudita, de Escola tal ou tal. A Música é tão mais espiritual que técnica, nada vale a técnica esmerada sem a divina inspiração. Sem aquela sublime força interior que vez por outra, passa a mover as mãos do compositor, não poderia haver música somente baseada na técnica. Compare Pachelbel com J.S.Bach, o que sobrou de técnica naquele, folgou em espiritualidade neste que aliada a imensurável técnica de composição, deu no que deu!

Bem, amigo leitor, abramos, portanto, nossos ouvidos e nossos corações à toda produção artística honesta e, descubramos por nós mesmos o que nos agrada ou nos desagrada. O que nos conduz a elevados patamares. O que nos engrandece a alma e faz-nos pulsar ao ritmo do magnífico balet estelar das cósmicas amplitudes. O que nos arrebata com tranqüilidade a outros níveis vibracionais, e, enfim, ouçamos com o coração, com o espírito e com os ouvidos. Esta simples e honesta forma de audição diz-nos muito mais sobre a obra que qualquer profunda análise estrutural, creiam!

Se o amigo leitor quiser acessar uma pequena mas seleta amostra de boa Música World, visite, por favor nosso blog pessoal o piano classico (http://www.pianoclassico.org) no Menu clique em World, lá estão dezenas de bons arquivos (Cd's) disponibilizados graciosamente para download.

Forte abraço, até um próximo momento.

Pax et Bonum.

Lobão
Enviado por Lobão em 02/01/2011
Código do texto: T2704946