Educação democrática

A educação é a salvação do mundo. Ela é responsável pela transmissão dos saberes, seja de pai para filho, na chamada educação de berço e que é muito importante para todos nós, seja na educação escolar, onde os pais recebem o apoio de professores preparados para ensinar as artes das ciências nas quais se formaram e se especializaram.

Quando se fala em educação democrática, há quem pense em acesso à escola garantido para todas as pessoas. Talvez seja isso também, mas acredito que vai além dessa postura simplista.

A educação democrática é aquela em que todos os envolvidos participam, desde a decisão sobre as temáticas a serem trabalhadas no debate, até as discussões e decisões conclusivas.

A participação de cada um não se dá pelo fato de se ser mais ou menos importante, mas por se tratar de sua própria educação. Aquele que está participando do debate está se educando. Afinal, já dizia Paulo Freira em sua Pedagogia do Oprimido (Paz e Terra, 1987) que "ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo".

Há que observar que não se aprende sozinho. A aprendizagem se dá através da troca, do relacionamento com o outro, com alguém que descobriu algo novo e que compartilha sua descoberta com os demais. Estes, através da discussão séria e responsável e do debate participativo, não somente compreendem a tal descoberta em suas minúcias e detalhes, como também lhe agrega valor com aquilo que já possui de conhecimento, contribuindo assim para aprimorar a formação do seu colaborador ou co-educador. Desse modo, ao final do processo, caso tenha entendido ser a nova descoberta um conhecimento que vale a pena para ser incorporado, o sujeito participante decide se integra ou não o mesmo à sua formação, ou se o ignora por suas próprias razões de ser.

Essa é a educação democrática, onde cada um aprende o que deseja e o que lhe convém através das relações que desenvolve com os demais. Todavia, sempre participando do processo educativo de forma contributiva, crítica e respeitosa e não de forma passiva.

Para complementar o raciocínio, de nada adianta uma pessoa ter acesso à escola, mas ser “um estranho no ninho” (Filme de Milos Forman, 1975). Ser alguém que não participa de nada, que não discute, não faz a crítica, não aponta melhores soluções e que não incorpora nenhum dos produtos finais da escola é não ser ninguém.

O homem não é uma ilha; antes, é um ser social.