O rock n' roll e sua influência

Por mais que as pessoas mostrem desprezo pelo rock unicamente pelo seu “barulho”, não há como negar e sequer discutir que esse estilo musical é o mais representativo da história da música. Atinge fãs de todas as partes do mundo e cria ídolos que entram nas páginas de qualquer documento acerca dessa quase “religião”.

Primeiramente, é o estilo mais difundido no mundo, tanto em número de adeptos quanto de bandas. O rock é uma maneira de colocar na música desabafos e críticas, aliados a instrumentações e vocalizações variadas que tornam o estilo único em sua essência.

Outro ponto fundamental é a variedade de subgêneros e temas abordados nas letras. Enquanto que os saturados pagode e sertanejo universitário, entre outros estilos, limitam-se a falar de três ou quatro assuntos, o rock apresenta uma gama mais diversificada. Dentre outros temas abordados, temos o amor, a esperança, a perseverança, a mitologia, o misticismo, a religião, a crítica política e social, o folclore e o niilismo. Algumas bandas falam do demônio, mas são minoria. O problema é que aqueles que não gostam do gênero baseiam suas críticas muito em cima desse fato, deixando de lado a análise dos fatores positivos que tanto atraem os fãs.

Citarei aqui trecho de duas músicas, que, na minha opinião, simbolizam a excelência das letras do rock em relação aos outros estilos. O primeiro trecho é da música Burning Heart (1984), da banda de hard rock Survivor: “No código do guerreiro, não há lugar para rendição/Embora seu corpo diga pare, seu espírito nunca chora/No fundo de nossa alma há uma brasa quieta/Ela sabe que é você contra você/É o paradoxo que nos dirige/É uma batalha de testamentos, no calor de ataque,/É a paixão que mata/A vitória é só sua”. O outro trecho é da banda de power metal Dragonforce, música Through the fire and flames (2006): “Assim que o dia vermelho cai/E os relâmpagos racham o céu/Eles levantam suas mãos/Para o paraíso acima deles/Assim que plantamos suas mentiras/Correndo contra a luz da manhã/Há um fogo em meu coração/Somos banidos do tempo, na terra dos derrotados/Para uma luz além das estrelas. Essas letras podem parecer complexas, mas apenas demonstram a capacidade dos seus criadores e tornam o rock n' roll o gênero mais culto da música.

E o terceiro grande ponto a favor do rock, que talvez seja o mais massacrante em relação aos demais, é sua história. Ninguém apresenta tantos mitos, gênios, rebeldias e curiosidades. Na era do blues surgiram monstros como B. B. King e Robert Johnson, que tornaram a guitarra o instrumento símbolo do estilo. Guitarristas que vieram na sequência, como Jimi Hendrix, Chuck Berry, Eric Clapton, Jimmy Page, Ritchie Blackmore e Tommy Iommi, sacramentaram esse fato. Como não citar os mestres da bateria, John Bonham e Neil Peart. No baixo, John Paul Jones e Steve Harris. E na linha de frente de toda banda, os vocais tão variados: Ian Gillan, John Lennon, Robert Plant, Roger Daltrey, Mick Jaeger, Derrick Green, Corey Taylor, etc.

Após a morte de Kurt Cobain, ex-vocalista do Nirvana, em 1994, não surgiu mais um ícone, motivo pelo qual há afirmações de que o rock está acabando. Aliado a isso, os grandes nomes já faleceram ou estão em idade avançada. Os mais radicais arrancam os cabelos por causa das bandas atuais que tendem mais para o pop. Uma coisa é certa: o estilo não vai morrer se depender daqueles que o amam. É muita história para ser esquecida só por causa de alguns que tentam “popularizar” algo que é majestoso, pois o rock é para quem merece.