O espelho nos contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa: a construção da identidade nos personagens masculinos

* Artigo apresentado no III Seminário Nacional de Gênero e Práticas Culturais - olhares diversos sobre a diferença. Realizado pela UFPB nos dias 26 a 28 de outubro de 2011.

RESUMO

O artigo propõe uma análise temática do espelho desde a mitologia com a figura de Narciso até os contos brasileiros de Machado de Assis e Guimarães Rosa. Segundo o Dicionário de Símbolos, o espelho representa a verdade, a autocontemplação e reflexão do universo. No entanto, pode mostrar o puro, as coisas como elas são, por outro lado, pode deturpar a verdade, enganar. Nossa pesquisa objetiva a utilização do espelho como instrumento singular para dois fins diversos na construção de si nos personagens masculinos. No conto O Espelho de Machado, o espelho faz um duplo papel: ao mesmo tempo que dá vida ao alferes, rouba a identidade do homem Jacobina. No conto O Espelho de Guimarães Rosa, parte integrante do livro Primeiras Estórias (2005), assim como o espelho machadiano, os fatos são experiências do narrador, embora demonstre repulsa ao espelho devido a trauma vivido e por influência de superstições. Guimarães Rosa utiliza o espelho para fazer uma reflexão a respeito da busca de identidade do homem. Os dois contos abordam o tema “espelho” de pontos de vista diferentes, embora a meta seja a análise do próprio eu, a busca de identidade masculina e o reconhecimento de sua perda, seja através de substituições por personagens artificiais, seja por perda total de si mesmo, afetada por influências externas como as crenças místicas. Assim, o espelho é um instrumento de diálogo consigo mesmo, incessantemente à procura de respostas para questionamentos imanentes do ser humano, da alma inquieta e sem acolhimento.

PALAVRAS-CHAVE: Literatura Brasileira, Simbolismo, Crítica Literária, Psicologia.

O ESPELHO NOS CONTOS DE MACHADO DE ASSIS E GUIMARÃES ROSA: A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE NOS PERSONAGENS MASCULINOS

CYELLE CARMEM VASCONCELOS PEREIRA

Quem consegue resistir ao mistério do espelho? Por vezes objeto de adoração, outras, necessidade básica e ainda de manifestação da verdade e do obscuro. Ele também é sinônimo de autoestima, de amor próprio e vaidade. Diante de um espelho, o que você vê? Essa é a resposta que incessantemente desejamos obter.

Segundo o Dicionário de Símbolos, o espelho representa a verdade, a autocontemplação e reflexão do universo. No entanto, pode mostrar o puro, as coisas como elas são, por outro lado, pode deturpar a verdade, enganar. Já de acordo com o significado do espelho em sonhos, se a imagem for nítida, indica bons presságios, no entanto se for opaca, turva, deve-se ficar atento, pois anuncia mortes e cuidados com a saúde.

O objetivo do trabalho é mostrar o espelho como instrumento para construção da identidade nos personagens masculinos nos contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa, ambos intitulados “O Espelho”, uma vez que enfatizam a busca por sentidos existenciais de suas personalidades.

1. O Espelho na Mitologia Grega

A mitologia foi a primeira a levantar o mito do espelho, com a imagem de Narciso. A história nos conta que Tirésias, um sábio cego, ao ser consultado a respeito do destino de Narciso por Liríope, a mãe, previu seu o destino: “Consultado sobre este assunto – a criança viveria longos anos de uma velhice prolongada? – Sim, se ele não se conhecer”, disse o adivinho intérprete do destino”.

Segundo Raïssa Cavalcanti (1992, p. 12), “o ato de conhecer exige abertura e disponibilidade para o outro, e receptividade para o diferente”. Como Narciso nunca havia se visto, a imagem refletida, para ele, era outra pessoa. A ignorância de si mesmo seria a salvação de jovem mancebo. Mas sabemos que o grande final do mito que envolve Narciso termina com sua morte no exato momento em que vê seu rosto refletido na água de um rio:

Havia uma fonte límpida de cujas águas brilhantes e argênteas, nem os pastores, nem os cavalos que pastavam sobre a montanha, nem nenhum outro gado, tinham jamais se aproximado, nem nenhum pássaro tinha perturbado, nenhuma besta selvagem, nenhum ramo tombado de uma árvore. Ela era rodeada de relva que sustentava a proximidade da água; e a floresta impedia o sol de jamais esquentar esses lugares. É lá que o jovem, fatigado pelo ardor da caça e pelo calor, veio se estender, atraído pelo aspecto do lugar e pela fonte. Mas, ao invés de tentar apaziguar sua sede, uma outra sede cresceu nele. Inclinado enquanto bebia, seduzido pela imagem de sua beleza que ele percebeu, apaixonou-se de um reflexo sem consistência, preso por um corpo que não é mais que uma sombra. Caído em êxtase diante de si mesmo, e, sem mover-se, a vista fixa, absorvido nesse espetáculo, parecia uma estátua feita de mármore de Paros. Ele contempla, deitado sobre o solo, dois astros, seus próprios olhos, e seus cabelos, dignos de Baco, dignos de Apolo, essas faces imberbes, seu colo de marfim, sua boca charmosa, e o rubor que colore a brancura de neve de sua tez. Admira tudo o que inspira a admiração. Ele deseja, em sua ignorância, a si mesmo. Esses elogios, é ele mesmo que lhes atribui. (...) O que via ele? Ignora-o; mas aquilo que via o abraça, e o mesmo erro que engana seus olhos excita sua cobiça. Crédulo jovem, para que esses vão esforços para agarrar uma aparência fugitiva? O objeto de teu desejo não existe! Desse teu amor, desvia-te, e tu o farás desaparecer. Essa sombra que tu vês, é o reflexo de tua imagem. (...) Eu estou seduzido, eu vejo, mas isso que eu vejo e que me seduz, eu não posso agarrar; tão grande é o engano que me abuso em meu amor. E, para aumentar ainda mais minha dor, nem a imensidade do mar nos separa, nem uma longa distância, nem montanhas, nem muralhas com portas fechadas; uma fina camada d’água é tudo aquilo que impede nossa união. Ele mesmo aspira a meu abraço; porque, cada vez que eu estendo os lábios a essas ondas límpida, ele, cada vez, de sua boca voltada, tem buscado atender à minha. (ZAMBOLLI, 2002, p.31-32)

Depois de algum tempo, Narciso percebe que a imagem que tanto o encantou é sua própria imagem:

Tu não és outro senão eu mesmo, eu o compreendo; eu não estou mais enganado de minha própria imagem. É por mim que eu queimo de amor, e esse ardor, eu o provocarei por sua vez e o sinto. Que fazer? Ser querido ou querer? (...) E eis que a dor me retira minhas forças; não me resta mais muito tempo para viver e eu me extingo na flor da idade. Mas morrer não me é um peso, pois que morrendo eu deixarei o fardo de minha dor. (...) Disse isso, e insensato, voltou ainda à sua contemplação. Mas suas lágrimas agitaram as águas e, no lago agitado, a imagem tornou-se indistinta. (ZAMBOLLI, 2002, p.32)

O final trágico:

A última fala de Narciso, os olhos mergulhados nessa água que se tornara familiar, foi: ‘Ai! Jovem querido, meu vão amor!’ e o lugar retornou-lhe todas as palavras. (...) o corpo tinha desaparecido. Em seu lugar, encontraram uma flor amarelo-alaranjada cujo coração é rodeado de pétalas brancas. (ZAMBOLLI, 2002, p.33)

Como um objeto de revelação, o espelho é utilizado em contos de fadas como Branca de Neve, cuja madrasta confirmava sua beleza no espelho. Neste, a revelação de um ser mais belo causa inveja e ódio na bruxa. Em filmes de terror ou espíritas, o espelho aparece como porta de entrada para o mal, como Constantine (2005), cuja cena mostra um exorcismo utilizando o espelho como instrumento. No que se refere à literatura, nosso trabalho enfocará o espelho como instrumento de revelação de identidades masculinas, nos contos brasileiros de Machado de Assis e Guimarães Rosa, ambos intitulados O Espelho.

2. O espelho de Machado de Assis

No conto O Espelho de Machado de Assis, publicado no livro Papéis Avulsos de 1982, Jacobina, o narrador, afirma haver duas almas: uma que olha de fora para dentro e outra de dentro para fora. Acredita que uma completa a outra e a “perda da alma exterior implica a de uma existência inteira”. O narrador conta que virou alferes, posto de oficial subalterno nas forças armadas, aos 25 anos e passou a ser paparicado pela tia Marcolina. O orgulho sentido pelo sobrinho era tanto que ela colocou um grande espelho no quarto em que Jacobina estava hospedado para que este se olhasse e se envaidecesse como alferes, alimentando seu amor próprio, mesmo vindo de uma posição social e não pessoal. Dessa forma, com a presença do espelho, o alferes eliminou o homem. “A alma exterior passou a ser cortesia e os rapapés da casa, tudo o que me falava do posto, nada do que me falava do homem.” Após três semanas, era exclusivamente alferes.

Por ocasião de doença da filha de tia Marcolina, Jacobina ficou sozinho na fazenda e, por isso, sentiu-se oprimido. Os carinhos da tia foram substituídos pelos respeitos dos escravos, que não duraram muito em virtude da fuga destes. Ao ficar completamente solitário na casa, dizia-se não sentir medo, mas uma sensação estranha, de não-vida. Sonhava, à noite, ser convidado a tornar-se tenente, capitão e isso o fazia sentir-se vivo.

Desde que ficou sozinho, não havia se olhado ao espelho. Após oito dias, tomou coragem e a imagem refletida era “vaga, difusa”. Resolveu ir embora. Depois decidiu vestir-se com a roupa de alferes e a imagem pareceu-lhe real, integral. Como sentia-se bem ao ver-se uniformizado, vestia-se todos os dias, a certa hora, e assim permanecia por duas ou três horas.

2.1. Análise do conto

O espelho no conto de Machado de Assis faz um duplo papel: ao mesmo tempo que dá vida ao alferes, rouba a identidade do homem Jacobina. A tia, orgulhosa de sobrinho alcançar a patente nas forças armadas, previu o ponto de vista que o espelho teria, de exagerar, valorizar as qualidades e as características de exaltação de sua personalidade masculina. Ao se ausentar da fazenda e dos olhos do sobrinho, o espelho passa a fazer o papel da carinhosa parente, de paparicá-lo, de agradar seu ego. A partir daí, o espelho faz nascer o alferes, orgulhoso de si mesmo, digno de vestir adequadamente com a farda não ilustre. Semelhante a que acontece na mitologia, segundo Raïssa Cavalcanti (1992, p. 21), “Narciso representa a cegueira do amor, e a escolha pela beleza do corpo, no lugar da beleza divina”. Dessa forma, não se ouvem mais elogios, pois o reflexo no espelho agrada aos olhos, como se a voz da tia ainda pudesse ser ouvida, ou seja, a audição é substituída pela visão, dois sentidos primordiais para a conquista, a paixão e a vaidade.

A psicologia explica e prova através de pesquisas que só vemos aquilo que nos interessa ver. Como os elogios, o tratamento especial e a adulação da tia contaminaram o inconsciente do jovem alferes, este só via a imagem eminente, antes tão valorizada. Diante disso, pode-se comprovar que Jacobina esquece-se de observar seu eu pessoal e foca apenas na personalidade masculina formada pelo uniforme. Neste momento, o espelho sequestra a persona e devolve o homem criado pela aparência social.

3. O Espelho de Guimarães Rosa

No conto de mesmo título de Guimarães Rosa, parte integrante do livro Primeiras Estórias (2005), assim como no conto supracitado, os fatos são experiências do narrador. Neste, o narrador afirma que há os espelhos bons e maus, os que favorecem e os que traem, como por exemplo, as fotografias. “Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim”. O narrador faz analogia à mitologia de Narciso e Tirésias, quando este tem a premonição do que irá acontecer a Narciso. É para se ter medo dos espelhos!

Nosso interlocutor diz que, desde menino, sempre evitou os espelhos, pois acreditava que o reflexo de uma pessoa no espelho fosse a própria alma. A alma do espelho – esplêndida metáfora. Outros identificam a alma como a sombra do corpo. Quando alguém morria, era costume tapar os espelhos. Em rituais, os videntes a utilizam como a bola de cristal, utensílio de previsão de futuros fatos.

O narrador começa a explicar sua repulsa ao espelho, quando da ocasião de ver-se em dois espelhos, um em frente ao outro, e o reflexo ter-lhe causado espanto. Depois de perceber-se, começou a buscar-se, ou melhor, “o eu por detrás de mim”.

Guimarães cita os rituais e superstições com espelhos, no entanto, posteriormente nega que não pretende falar de “metempsicose ou teorias biogenéticas”, ou seja, não há interesse em discutir sobre transmigração da alma, de um corpo para outro corpo. Aborda temas espirituais, de bipolaridade luz/escuridão e a ioga, os exercícios espirituais de concentração.

A tentativa do narrador é retirar as arestas, abstrair o que não é importante ou desnecessário. Após esquecer sua investigação, por covardia como ele mesmo confessa, ficou menos inquieto. Um dia viu-se no espelho e não viu mais nada, não se viu, nem como homem, nem como reflexo dele. “Eu era-o transparente contemplador?” “Voltei a querer encarar-me. Nada... eu não via os meus olhos. Seria eu um... des-almado?”

O narrador fala com o leitor, supondo julgá-lo desorientado e que nada se prova do que foi falado. Justifica-se um mau contador, precipitado. Confessa que, por um certo tempo, não se viu refletido, só após anos. “Que luzinha aquela, que de mim se emitia, para deter-se acolá, refletida, surpresa?” E era não mais que: rostinho de menino, de menos-que-menino, só. Só.”

3.1. Análise do conto

Guimarães Rosa utiliza o espelho para fazer uma reflexão a respeito da busca de identidade da personalidade, modelo contrário ao existente no conto de Machado de Assis, que retrata um personagem que perdeu sua identidade em função de outra criada pela sociedade.

O narrador de Guimarães, cujo nome não é revelado, demonstra ser mais preocupado com o misticismo, com a espiritualidade e não é à toa que associa seu medo de espelho às superstições, aos rituais espíritas.

O narrador afirma que o rosto é “apenas um movimento deceptivo, constante”. Nós não conseguimos ver o real, as “mais necessárias novas percepções”. Assim como o Jacobina de Machado, não se vê mais o homem, apenas o alferes, a imagem criada pela família, insuflada pelo orgulho, pela aparência, pelo status que a posição lhe atribuiu.

Segundo José Carlos Zambolli (2002, p. 48), em sua dissertação A poeta ao espelho (Cecília Meireles e o Mito de Narciso), “o tema do espelho como imitação da vida relaciona-se quase sempre ao autoconhecimento. No texto de Guimarães, o narrador tem consciência de si mesmo e para ele basta, não sente necessidade de se buscar no reflexo, até por que ele criou uma aversão ao espelho e o colocou como algo que poderia mostrar-lhe aquilo que tanto teme, que poderia incluí-lo no campo desconhecido do misticismo.

Os dois contos abordam o tema “espelho” de pontos de vista diferentes, embora a meta seja a análise do próprio eu, a busca da identidade masculina e o reconhecimento de sua perda, seja através de substituições por personagens artificiais, seja por perda total de si mesmo, afetada por influências externas como as crenças místicas.

Assim, o espelho é um instrumento de diálogo consigo mesmo, incessantemente à procura de respostas para questionamentos imanentes do ser humano, da alma inquieta e sem acolhimento. Para satisfazer o ego masculino, os conceitos formados de si mesmo, quer sejam verdadeiros ou falsos, o homem busca encontrar uma maneira de ver-se como vê o outro, como se a distância permitisse a análise formal de uma imagem fora de si.

Observamos nos três exemplos citados acima, Narciso, Jacobina e o narrador de Guimarães Rosa, uma dependência do olhar externo para si próprio. Não basta a consciência de identidade, de ser uma pessoa independente de qualquer coisa. Para se afirmar como existente, como algo valoroso, os personagens buscam a admiração externa a si, dependem de uma aprovação para continuar vivendo ou fazendo aquilo que vinham fazendo.

O interesse dessas histórias é que a literatura se utiliza de um campo da psicologia para compor tramas complexas e intrigantes. Todos os homens têm um pouco de Narciso em si. Precisam se vir com outros olhos, além dos seus, precisam ser aceitos para o mundo alheio, como se não bastasse apenas aceitar a si próprio. A civilização ensinou o homem a conviver em sociedade e, para isso, é necessário haver uma aceitação mútua entre os seres. Quando essa aceitação não ocorre, sente-se vulnerável, receoso de ser expulso como membro de uma sociedade que se auto-consome, em diversos âmbitos, seja social, cultural e economicamente.

Ao contrário do pensamento recorrente com relação a Narciso, ele não se apaixona por si mesmo, pois não havia a consciência de que a imagem refletida era ele mesmo, Narciso se apaixona pela possibilidade de haver alguém além dele mesmo, pela possibilidade de um outro que o visse como um ser importante, essencial e principalmente belo. A autoestima é um dos combustíveis da vida em sociedade; é preciso algo fora aprovar o que temos para dar, ou o que realmente somos, daí, a autoestima nos mantém vivos e sadios. Quando ela não está bem alimentada, o corpo fraqueja, o espírito se esvazia e continuar vivendo se torna penoso, sofredor.

Os homens já nascem com a condição de fazer parte de um grupo com suas regras de sobrevivência já definidas, preestabelecidas e imutáveis, na maioria das vezes. Quando alguém tenta destruir ou desvirtuar essas regras, o grupo pune, acorrenta e tira-lhe a liberdade de ir e vir, como se seguir as regras impostas já não fosse uma forma de aprisionamento. Acostuma-se à ideia de que o ser humano é incompleto, imperfeito e para que essa condição não se mantenha, a cultura de cada povo criou a dependência mútua de aceitação e aprovação uns dos outros. Narciso precisou do amor do outro refletido na água; Jacobina sentia falta da admiração e paparicos da sua tia e de todos os seus empregados e o narrador em Guimarães Rosa receia o julgamento alheio simbolizado pelo reflexo no espelho e pelo medo do ocultismo.

REFERÊNCIAS:

ASSIS, Machado de. O espelho (Esboço de uma teoria da alma humana). In: Obra Completa. Vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

CAVALCANTI, Raïssa. O mito de Narciso: o herói da consciência. São Paulo: Cultrix, 1992.

ROSA, João Guimarães. O espelho. In: Primeiras estórias. Nova Fronteira, 2005

ZAMBOLLI, José Carlos. A poeta ao espelho. [Dissertação de mestrado]. São Paulo, 2002.