Ávidos por Leitura (07/07/2003)

Estive na Bienal do Livro, no domingo dia 6 de julho, e o que me deixou mais feliz foi que até o último minuto da feira os estandes estavam cheios. Tive a impressão de que as pessoas ainda queriam mais, muito mais.

Havia crianças lendo, escrevendo, pintando e brincando com aqueles livros cheios de historinhas e desenhos pra colorir. Havia também pessoas da melhor idade procurando, talvez em umas dessas novas publicações, o tão sonhado "elixir da juventude", se é que ele existe mesmo. E ainda jovens de todas as idades, e outros padrões, procurando avidamente o que ver e ler.

Foi uma festa da busca pelas novidades do mercado literário, e porque não dizer pelo conhecimento, que deixaria até os mais céticos com uma ponta de otimismo.

O lado ruim disso tudo, como sempre, é a frustração que se sente ao sair de lá com as mãos vazias por um motivo muito simples, o preço dos livros no Brasil. Depois vem dizer que o brasileiro não gosta de ler, que não se informa, ou que lê mais não entende o que lê, como disse o último relatório da ONU e que o Brasil está em sei lá que lugar no ranking mundial da burrice, etc...

O que acontece com as editoras e distribuidoras em nosso país que faz com que um livro tenha que custar para nós tanto assim? Privilegiam uma camada da sociedade dita intelectualizada que pode pagar 100 reais ou mais por um lançamento, por exemplo.

Penso que se um povo não lê ou é privado disso por qualquer motivo, desse mesmo povo talvez não brotem grandes pensadores.

Fica a pergunta e a dúvida com relação ao futuro das próximas gerações de leitores e escritores no Brasil.

(de Fábio Pirajá)

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 18/05/2007
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