O Conhecimento é "Progressivo" e Democrático

Ninguém sabe tudo. Mas a "graça" reside justamente nisso. O conhecimento, portanto, não é unilateral, mas é como se fosse um grande jogo de quebra-cabeças que vai se constituindo, se formando num todo. O que me leva dizer, que, se o conhecimento é em sua base democrático (em ultima análise epistêmica é apreendido individualmente até ser capaz de formar um todo coeso, e a posteriori "aberto") ele também é progressivo.

Se o conhecimento é um continuo agrupar de saberes apreendidos individualmente e levados à classe de "universalidade", a partir dos mesmos caracteres que os constituem enquanto tal, então é certo dizer que o que "sabemos hoje", é ínfimo comparado com o que poderemos vir a "saber amanhã", o que comporta a premissa de "conhecimento é progressivo" -- mas o que não quer dizer que o se foi dado a conhecer "antes" não é mais válido.

Pela simples cláusula imposta ao próprio conhecer -- no qual a partir do "agrupar" ou "juntar" do conhecimento apreendido individualmente, em que cada conhecimento deve possuir características universalmente aceitas (como por ex: 2+2=4) para ser por todos considerado "conhecimento", fica claro que, o que se deu a conhecer antes, passando pelo mesmo crivo epistêmico permanece enquanto tal -- e portanto, serve de alicerce aos conhecimentos do "hoje" e ulteriormente, os do futuro.

Para demonstrar tudo... é como se "conhecimento" fosse uma grande escadaria, que algumas vezes se perde de vista aonde se começou a subir (e não se sabe quantos começaram a fazê-la). Como se os degraus bem mais abaixo, fossem tomados de escuridão -- mas por você estar muito alto, sabe que subiu muitos.

Você também não consegue ver a continua escadaria que se coloca acima de sua cabeça, mas consegue deduzir que mais escadas virão, não pelo breu que encobre o grande salão, mas porque consegue olhar para baixo, e fitar que os degraus seguem, continuamente.

É, portanto, na individualidade de cada pessoa "que se autoconhece", no juntar coeso e democrático deste profundo conhecer e autoconhecer, que progride de forma universal, o conhecimento. Erramos em pensar que a representação do universal é em UM de nós (como um Rei, um Imperador, um Legislador que representa a vários).

A sua representação está intimamente atrelada a totalidade "estranhamente" universal, que somos todos -- porque somos um em cada "si", mas equânimes no nosso "enquanto tal".