FREIXO EM CONVERSA COMIGO: BLACK BLOC É “GRUPO QUE TEM A VIOLÊNCIA COMO MÉTODO”


Embora eu tenha citado o deputado Marcelo Freixo (Psol), referindo-o através do linque @MarceloFreixo, realmente, não esperava que me interpelasse pelo Twitter. Entanto, ele o fez, e, iniciou um breve colóquio, em que abjurou o Black Bloc, definindo este como “GRUPO que tem a violência como método”.
 
Eu fazia questionamentos a respeito do que teria sido feito do dinheiro arrecadado sob o pretexto de auxiliar a família do ajudante de pedreiro desaparecido Amarildo Dias de Souza, tuitando exatamente o que se segue:
 
Noves fora: o dinheiro capitalizado c/ a morte do Amarildo NÃO vai p/ a família o Amarildo, como se mentiu à população desavisada que iria. (sic)
 
Vai, sim, p/ uma ONG testa de ferro do @MarceloFreixo , que desembolsa o mesmo dinheiro p/ bancar, no Rio, sua "primavera árabe" terrorista. (sic)
 
Para relembrar, @MarceloFreixo prometeu, em campanha, que conduziria, no Rio, uma "primavera árabe". E está cumprindo a promessa macabra... (sic)
 
Poucos minutos depois de postado o último tuíte acima, o deputado valentão do PSOL — aquele que, no cinema, adentra, sem medo, as celas de um presídio em rebelião para se entregar, voluntariamente, como refém — interpela este humilde miniblogueiro, nos seguintes termos, iniciando um breve debate:
 

 
 
Minha luta”..., interessante e nostálgica expressão empregada pelo deputado, a quem segui indagando:
 
Conheço algo da sua história: vi um ator da Globo, fazendo sua propaganda no cinema de alta repercussão. Black Bloc é crime? (sic)
 
Um "GRUPO que tem a violência como método" é criminoso, deputado? O senhor enquadrou o Black Bloc nessa definição, ou não? (sic)
 
Milícias de policiais do RJ não são "GRUPOS que têm a violência como método", tal como o Black Bloc? Como tratar tais GRUPOS? (sic)
 
Porém, quanto a estas últimas questões, o deputado Marcelo Freixo já não se dignou mais a dar resposta.
 
Freixo é, sem dúvida, dono de sistema nervoso um tanto excepcional. Todos já viram fotos de um presídio em rebelião e é certo que, poucos, muito, muito poucos homens, sobretudo, entre os não-afeitos ao mundo da violência, adentrariam tal ambiente, de espontânea vontade, para se entregarem como reféns em troca de outras pessoas. Um começo retumbante para uma trajetória política alavancada pela Globo Filmes e pela TV Globo, que repercute tal propaganda exaustivamente, há anos a fio.
 
Um sistema nervoso especial marca o começo da história política a que o deputado do PSOL se refere, em tom correcional e severo, ao dirigir-se a mim. E um sistema nervoso incomum volta a marcar essa história, sempre ligada, muito de perto, à violência, ainda que, consoante a propaganda, para combatê-la: Freixo não suporta ser alvo de críticas. Muito menos admite ser desmentido ou ironizado, sendo que, diante de tais frustrações, o psiquismo desse populista sinistro, simplesmente, se derrama e, ao que parece, nada pode conter a sua erupção vulcânica. Baixa tolerância a frustrações seria uma expressão adequada para referir tal segunda faceta psicológica do homem de nervos de aço, o caçador de milicianos que se construiu, com o empenho de tanto investimento, perante a opinião pública?... Não sei se é a expressão ideal. Técnica. Porém, é certo que Freixo criticado, pressionado, posto na berlinda mostra as feições de um homem à beira de algum tipo de colapso emocional.
 
Associado ao Black Bloc no calor dos fatos que envolveram o assassinato do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade por uma das cabeças do grupo, Elisa Quadros, a “Sininho”, Freixo acaba sendo forçado a confessar, em nota, que enviou advogado para defender os acusados do crime, bem como, sempre que necessário, através da ONG DDH, toda a facção em questão, então, incluída no leque dos “movimentos sociais”.
 
Entrementes, na curta conversa que teve comigo, dos seus dedos nervosos, incapazes de conter o impulso de replicar, imediatamente, quem o combata, se esparrama, trêmula e caudalosa, essa outra definição para o Black Bloc e congêneres: “GRUPO que tem a violência como método”.
 
Quando, em seguida, o questiono sobre se criminalizou as facções responsáveis pelo vandalismo e pelo terror no Rio de Janeiro e por todo o País, o deputado já não tem mais a mesma ânsia irrefreável de responder: já empurrara para longe de si o epicentro do problema. Já lançara à própria sorte os blockers, que podem ter confiado nele, como jovens desajustados e sem eixo de sustentação. E, agora, já pode respirar mais pausadamente. Quiçá, até recobre aquela calma de aço. Cala-se. Foi o bastante o que já declarou.
 
Foi o bastante, pois, como ensina o povo, quem cala consente, e está claramente dito por Freixo, embora não ratificado, para dirimir possíveis dúvidas: sua receita é a criminalização da tática, ou do “método violento” homônimo da facção de ultradireita Black Bloc.
 
E, nesse ponto, ora, concordamos: a criminalização dessa práxis é o primeiro passo a ser dado, para, quando possível, estabelecer-se como pena para os criminosos a reeducação, ao invés do encarceramento, a rigor, uma forma de tortura que a Lei, contrariando a C.F. de 1988, ainda acata como via de reabilitação.
 
Sempre tive certa dificuldade em dar crédito aos caçadores de marajás, de milicianos, de mafiosos: o anti e o próprio, como demonstra toda a lógica, inclusive a dialética, sempre findam por se revelar: duas facetas da mesma medalha. Nietzsche advertiu, ainda: quem passe muito tempo debruçado sobre o abismo, deve temer que a natureza do abissal o contemple de volta, num terrível jogo de espelhos...
 
Entretanto, ontem à noite, após essa breve e inesperada conversa com senhor Marcelo Freixo, estive propenso a supor que, talvez, e apenas talvez, o pobre deputado tenha sido acusado pelos monstros terroristas da milícia Black Bloc de os subsidiar sem que haja nisso qualquer grau de verdade.
 
Freixo, a quem ninguém menos que Frei Betto soube alcunhar “O Senhor Ético”, no curso das investigações que virão, quiçá, será absolvido pela história de qualquer suspeita em relação a ter apoiado o Black Bloc, algum dia.
 
Apesar de que o PSOL é o partido do “Senhor Ético” da Globo e de Frei Betto. E, desde quando surgiu, no seio de sindicato controlado por tal partido, a perturbadora facção “Black Prof”, tem sido muito difícil separar PSOL de Black Bloc, Black Bloc de PSOL.
 
Alencar, fundador do PSOL, na data do crime do cinegrafista
Igor Buys
Enviado por Igor Buys em 17/02/2015
Reeditado em 17/02/2015
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