A longevidade e as Associações de Aposentados

Porque nos reunirmos de forma associada?

Simples assim: A UNIÃO FAZ A FORÇA!

Na nossa sociedade organizada e democrática, convivemos com compartilhamento de ideias, objetivos, aceitação, obstinação, escolhas, equívocos, frustrações, enfim, tudo o que move para um futuro melhor, embasado nas experiências, nos erros e acertos dessa mesma sociedade.

Ora, para que possamos fazer valer mais nossas escolhas, temos que unir forças para expormos os fatos que nos afligem, ou no mínimo, nos atinge em nossas conquistas. Será muito mais forte o argumento coletivo que opiniões dispersas, na apresentação de ideias ou reivindicações para a coletividade. Comungando esforços podemos moldar uma sociedade melhor.

Os registros históricos testemunham o comportamento humano através dos séculos, comprovando a importância da união para a sobrevivência, de forma quase instintiva, desde os primórdios da humanidade. No entanto, com a democracia e, mais especificamente, com o avanço das tendências capitalistas predominantes, passou-se a preconizar a busca dos próprios interesses, assumindo-se que o sucesso pessoal levaria automaticamente à prosperidade das nações. Desse modelo, resultou um ser que se orienta primariamente para o “sucesso independente” e para a “realização de seus objetivos pessoais”. Também a história nos tem mostrado que esse modelo tem se tornado bem sucedido, haja à vista a queda dos regimes socialistas, reunificação da Alemanha, falência de Cuba, entre outros exemplos.

Seria ingênuo acreditar, salvo pouquíssimas exceções, que os homens estão sempre dispostos a abdicar de seus interesses particulares em favor da comunidade. Qualquer organização social fundamentada nessa suposição está fadada ao fracasso. O que não quer dizer que as pessoas nunca se disporão a contribuir com a coletividade. Esse é mais um exemplo de que extremismos conduzem a erros e representa uma visão míope e maniqueísta entre o individualismo e o coletivismo.

No fundo, o contribuir pela coletividade é contribuir também individualmente, pois o coletivo é formado a partir da união dos indivíduos. E isso é agir com sabedoria. A benéfica cooperação entre pessoas, mesmo que buscando a consecução de objetivos individuais, é possível e deve ser criada de forma racional. A educação e a cultura têm uma grande responsabilidade na divulgação correta desses conceitos.

No nosso caso específico, como aposentados de uma importante empresa, com uma previdência privada a nos amparar, estão mais que evidentes as nossas exposições, à medida que decorre o tempo.

Observando demais organizações Brasil afora, é certo somos uma classe profissional que contribuiu imensamente para o desenvolvimento da nação, no entanto, nos vemos dispersos nessas infinitas associações congêneres. Difícil será reuni-las no objetivo comum, de forma confederada, e com isso, a inevitável perda de força ao agir politicamente para mudar muita coisa. E precisamos rapidamente nos mover nessa direção. Precisamos ter consciência de nossa união e do poder que nossos votos representam nas decisões e escolhas.

É essa dispersão que faz com que os mais jovens façam hoje “ouvidos de mercador”, acreditando que nosso tempo seja breve. Da mesma forma agem os políticos nas suas esferas. Suas preferências não são diferentes da fila de quem espera por um transplante de órgão. A seleção natural irá privilegiar o mais jovem sempre, é uma praxe na medicina na sua forma de buscar sempre ser bem sucedido nessa intervenção. E, entendemos que assim seja, mas, muita coisa está mudando nesses tempos atuais, onde a longevidade deva fazer com que tais pensamentos também evoluam.

Exemplo de preocupação e luta constante na defesa do nosso interesse comum, de forma associada, é que temos que contribuir pesadamente para que o futuro dos idosos seja mais promissor.

Conforme relatório recentemente publicado pela ONU, demonstramos resumidamente no quadro abaixo as projeções para o futuro:

DADOS MUNDIAIS – PROJEÇÕES

ANO % >60 ANOS EXPECTATIVA VIDA

2015 12,0% ~901 MILHÕES 71,7

2050 21,6% > 2 BILHÕES 78,2

2100 28,0% > 3 BILHÕES 83,2

DADOS BRASIL – PROJEÇÕES

ANO >60 ANOS EXPECTATIVA VIDA

2015 25 MILHÕES 75,4

2050 64 MILHÕES 83,5

2100 130 MILHÕES 88,6

É bastante preocupante e trágico que no nosso mundo membros das gerações mais velhas são muitas vezes negligenciados e abusados. Esta realidade chocante é geralmente ignorada pela sociedade em geral. Ao mesmo tempo, o envelhecimento da população mundial acrescentou urgência a promover e defender os direitos das pessoas idosas.

Para muitos, o abuso de idosos é levado a cabo por pessoas que cuidam deles e não são conhecidas pela vítima. Embora este problema deplorável persista, muitas vezes são membros da família que são os responsáveis, incluindo negligência tal como abusos físicos, psicológicos ou financeiros. Dados apontam que a idade, género e dependência aumentam o risco de abusos, sendo as mulheres as principais vítimas.

O crime preocupante de abusos de idosos ocorre muitas vezes em cenários silenciosos, privados, tornando uma resposta pública muito mais importante. Vamos fortalecer a nossa determinação para acabar com este problema enquanto parte dos nossos esforços maiores de criar uma vida repleta de dignidade para todos.

O envelhecimento da população no mundo de hoje não tem paralelo na história. O aumento percentual no número de pessoas idosas, com 60 anos ou mais, é acompanhado pela queda no número de jovens com menos de 15 anos. Até 2050, o número de idosos no planeta excederá o de jovens, pela primeira vez na história da humanidade.

O IBGE, corroborando com as estatísticas da ONU, pouco antes também publicou suas projeções para o envelhecimento do brasileiro, escancarando o choque de realidade, o qual resumimos assim:

Expectativa de vida = 74,9 anos (71,3 para homens; 78,6 para mulheres)

Para quem hoje já tenha ultrapassado os 60 anos, a expectativa é ainda maior: 81,8 anos (79,9 para homens e 83,5 para mulheres).

A realidade é que isso é um fato: viveremos muito mais que os nossos avós. Um ganho louvável de longevidade.

E o choque dessa realidade é que a maioria não estará preparada para isso!

No Brasil de hoje, é triste e estarrecedor que de cada 100 aposentados e pensionistas, 25 ainda trabalham para sobreviver, 46 dependem de parentes e 28 vivem na miséria.

E o Estado, com premências constantes em todos os setores, não se volta para as necessidades dos idosos. Aliás, os penalizam como foi o recente exemplo da Grécia, reduzindo drasticamente os ganhos dos aposentados, como medida de ajuste econômico.

No Brasil, mais drástico ainda foi o caso dos Correios, cuja previdência foi simplesmente dilapidada de seus recursos, em exemplo típico de má administração e aparelhamento da máquina pública por partidos políticos que não estavam nem um pouco preocupados com o bem estar de seus futuros aposentados e pensionistas.

Bem colegas, eis porque nosso propósito de nos reunirmos em uma associação é um motivo maior que lazer, passeios e palestras, não sem menor importância, claro, mas, também além das rotineiras preocupações com as rentabilidades e aplicações do capital da PREVI-SIEMENS, nosso mais nobre objetivo está no bem estar do futuro dos idosos neste país, no qual estamos já inseridos, e isso só será alcançado com exposição política clara e propósitos bem estruturados.

Assim é que faço um apelo aos demais aposentados e pensionistas, para que venham juntar forças conosco, filiando-se à AAPS, em prol de um futuro melhor para todos.

Marco Antonio Pereira

Diretor Administrativo

São Paulo, 30 de julho de 2015.

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 14/10/2015
Reeditado em 20/10/2015
Código do texto: T5414097
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