O Lado Negro do Chocolate

“O lado negro do chocolate” (The Dark Side of Chocolate), documentário dirigido por Miki Mistrati e U. Roberto Romano, divulgado em 2010, é uma grave denúncia contra as indústrias produtoras de chocolate quanto ao emprego de mão de obra escrava infantil nas fazendas de cacau na Costa do Marfim, na áfrica.

O documentário cobra uma intervenção das autoridades competentes com uma legislação específica que abranja todos envolvidos no processo, direta e indiretamente e, ao mesmo tempo, busca conscientizar a sociedade sobre um problema maquiado, trazendo à tona uma polêmica sobre marcas famosas como Hershey, Nestlé, Barry Callebaut dentre outras que se beneficiam de fornecedores que infligem diversas leis internacionais.

O aliciamento dos menores é feito a partir de pontos estratégicos, como rodoviárias, e o transporte até às fazendas é feito por traficantes que utilizam motocicletas para facilitar o contorno de qualquer fiscalização e até uma possível fuga. O vídeo evidencia o tráfico de crianças para o trabalho escravo nas plantações de cacau. As crianças aliciadas são vendidas como mercadoria a qualquer um que as encomende e que possa pagar. A matéria também traz personagens que lutam para combater o tráfico, porém, seus esforços se mostram quase irrelevantes diante da magnitude do esquema perpetrado pelos exploradores. Outro ponto importante, é que as principais marcas do setor, assumiram o compromisso de erradicar totalmente o trabalho infantil no setor chocolateiro até 2008, porém, ainda em 2010 a principal mão de obra utilizada era infantil.

É evidente a falta de fiscalização efetiva e o descaso das autoridades quanto ao tráfico de crianças na fronteira. Fato é que são indevidamente beneficiados com o trabalho ilegal. Uma vez que a economia do país é baseada no cultivo do cacau, vindo a ser um dos maiores exportadores do mundo. Não se pode negar que o governo prioriza a economia do mercado em detrimento dos direitos humanos, submetendo frágeis crianças a trabalhos árduos sem a mínima proteção. É necessário também que outras matérias, de mesmo cunho, sejam impulsionadas e motivadas a pressionarem e cobrarem das autoridades nacionais e internacionais e das empresas envolvidas uma intervenção pujante e efetiva, para enfim cercear o notório trabalho infantil.

Referência:

https://www.youtube.com/watch?v=ozSRWm7VcVE