Meus queridos escritores do Recanto, eu estou preocupado.
 
Admito vocês aplaudirem o insensato afastamento de Dilma, suponho vocês acreditarem, estimulados por uma inocência digna (sei o quanto vocês são honrados), que essa é a melhor solução, no entanto aflige ler opiniões realçando uma paixão a qual dizem me inspirar.
 
A presidenta será uma carta fora do baralho daqui a pouco.
O que ela fez? Foi incompetente, errou nas suas escolhas, ressalta quase nenhuma habilidade política, porém seus "crimes", se comparados com quem a condena, se tornam irrelevantes.
Digo isso porque aa badaladas pedaladas fiscais, que o povo continua não entendendo bulufas, surgem como puro pretexto.
Um amigo jovem (envolvido no universo político) me contou ontem que um prefeito, numa cidade superpequena, perdeu o mandato porque, num certo sábado, foi à prefeitura usando bermuda.
Um vereador influente decidiu que ele seria afastado.
Apostou nessa justificativa, o uso de bermuda durante um sábado.
Não é ficção, ocorre agora, num sentido mais amplo, na presidência.
 
Quando informei que a FPA solicitaria a presença das Forças Armadas nas sérias disputas por terras, resumi uma notícia a qual li.
Contestaram que o MST causa prejuízos os quais, abatendo os nossos impostos, impediriam ganhos salariais, inclusive dos professores.
Vamos acordar, amigos! Supondo o MST cessando as supostas quebras, aproveitando todos os impostos, imaginar que esse dinheiro iria para a Educação soa fantasioso demais.
Pagam mal aos professores, médicos e outros trabalhadores valorosos, graduados ou não, porque jamais desejaram enfatizar o operário, nunca quiseram valorizar o ganho decente, sempre esqueceram de favorecer as conquistas salariais.
Isso nada tem a ver com MST atacar patrimônio público.
 
Sobre a notícia, esquecendo o MST, a pergunta que não quer calar é a seguinte: Como ficarão as reivindicações quando Temer assumir? Ele definirá árduos debates e dará a máxima atenção aos solicitantes?
Ou, observando sorrindo os empresários que financiam o atual assalto ao poder, mostrará desinteresse quanto àqueles que pedem aumento?
 
A ansiedade também me alcança refletindo a respeito do Nordeste. Que investimentos cá acontecerão se esses que tomam o poder nem sequer conhecem a região nordestina?
Já se fala em cortar a assistência social, não estou assustando conforme uma querida amiga insinuou.
 
Os fatos estão aí, basta querer refletir.
Não contarão 50, somarão duzentos pedidos de impeachment se existir a necessidade de usar outro pretexto tirando Dilma.
 
Caso essa ânsia de assaltar o poder trouxesse alegrias ao povo do Brasil, não só a São Paulo acompanhando talvez uns dois estados e a alguns ricaços, o grande êxito mereceria elogios.
Porém, na prática, se pobre foi, miserável ficará.
Caso bons sonhos pintaram, cores sombrias virão.
 
Os canalhas, sem votos, outra vez afastam quem comanda o Executivo, tramam, contam com a imprensa parcial, usam a ignorância, principal aliada da tão esmagada população, iludem, causam o enorme alvoroço, ameaçam o futuro, arrasam a democracia.
 
O resto, me perdoem, pertence à terra das falácias e fantasias.
 
Um abraço!
Ilmar
Enviado por Ilmar em 29/04/2016
Reeditado em 29/04/2016
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