O maior sentido!

O padrão de beleza imposto pela sociedade ganha forças ao ter na internet seu principal aliado e divulgador, principalmente junto aos adolescentes. Esses sofrem “agressões silenciosas”, pois são obrigados a abrirem mão da própria cultura e se adequarem ao que é considerado, ou melhor, imposto pela mídia.

Caso não o façam serão potenciais vítimas de cyberbullying e sofrerão as consequências inerentes a essa prática, tais como fobias diversas, queda da autoestima e do rendimento escolar, ansiedade e apatia, depressão e insegurança, mudanças constantes de humor, medo, raiva e solidão, ansiedade e insônia, vergonha pelo constrangimento e humilhação vividos, transtornos do pânico, desconfiança (todos passam a ser potenciais autores e com isso todos desconfiam de todos), acabando com a amizade anteriormente existente entre eles e em casos extremos existem as tentativas de suicídio.

Uma pesquisa realizada por uma empresa de cosméticos constatou que muitos adolescentes fazem parte do famoso “culto ao corpo” e com isso acabam vivendo transtornos alimentares como a bulimia (exagero na alimentação), a anorexia (distúrbio alimentar que leva a perda exagerada de peso) além de lançarem mão de recursos cirúrgicos para alcançarem as mudanças desejadas no seu corpo.

Dentro desse “culto ao corpo” há também um novo fenômeno chamado vigorexia, que é caracterizado pela insatisfação constante com o corpo. Nessa busca insaciável por um corpo “sarado”, ou seja, bonito, perfeito e malhado, mesmo que somente aos olhos alheios, os jovens lançam mão de todo e qualquer recurso sem avaliar as consequências dos mesmos.

O visual possui tanto valor e poder, ele é tão forte que os adolescentes não podem esperar pela formação completa de seus corpos e tentam mudá-lo via cirurgias. Tudo isso para atender a um padrão de beleza estipulado, no momento, pelas mídias. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), estima que 10% dos adolescentes respondem pelo número de cirurgias plásticas, número esse que tende a crescer a cada ano.

O adolescente vive um sofrimento duplo, pois ao mesmo tempo que exige de sua mente uma solução para torná-lo tão bonito quanto e assim passar a pertencer a determinado grupo, sente ainda a necessidade de ser mais bonito que, fato este que o leva a desprezar as opiniões alheias.

Essa dúvida associada a busca incessante do “maior sentido”, no caso, ser sempre bonito e aceito leva o adolescente ao estresse e um grande desgosto pela sua imagem. Fatores estes que conduzem ao cyberbullying.

O RESPEITAR FAZ BEM!

Sônia Maria dos Santos Araújo - Ms em Educação.