CULTURA

CULTURA

Resumo

O trabalho ora apresentado procurou versar sobre o tema Cultura Material e Imaterial, cujo objetivo, pautou-se em verificar o significado de cultura dentro de uma visão sociologia e antropológica, para então, contribuir com o entendimento do contexto cultura material e imaterial. Para realizar nosso intento, utilizou-se da metodologia de pesquisa bibliográfica, o que nos possibilitou mostrar não só alguns conceitos de cultura, mas, fomentar conclusões a respeito desses conceitos, e não menos importante, contribuir com proposta de se trabalhar o tema com alunos de escolas públicas. Do trabalho pode-se concluir que a cultura material e imaterial se vale dos símbolos para comunicar significados partilhados por uma determinada sociedade. Também se pode observar que as sociedades se distinguem por especificidades culturais que as individualizam, tais especificidades são expressas no que se pode chamar de cultura material e imaterial.

Palavra Chave: Cultura. Cultura material. Cultura imaterial

1. Introdução

Falar de cultura material e imaterial, de algum modo, envolve conceituar o termo cultura, para então, a partir do entendimento do que seja, ou possa ser definido como cultura, ganhar vulto e adentrar nas especificidades do conceito de cultura material e imaterial.

No processo a busca do entendimento do que seja cultura material e imaterial, vamos não só conceitua-la, como também exemplifica-la no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, e no Município de Piraí situado no Estado do Rio de Janeiro.

De certo modo, essa investigação nos subsidiará para identificarmos a importância do trabalho com as culturas material e imaterial na escola, e não menos importante, permitirá aventarmos uma proposta de trabalha-la com os alunos.

Dito isso, nos próximos seguimentos de nosso trabalho, tentaremos mostra alguns conceitos de cultura, situá-la e verificá-la em sua essência, seu significado, e sua importância no contexto social das relações humanas.

2. Natureza da Cultura

Ao ocidentalizar os vários sentidos do termo natureza, pode-se pensá-la como princípio de vida, ou mesmo, o princípio ativo que anima e movimenta os seres. Assim pensá-la, nos remete entendê-la como força espontânea geradora e zelosa de todos; a substância dos seres.

Por outro lado, a essência subjetiva necessária e universalmente de um ser. Nesse caso, o que define a natureza dele, é o conjunto de qualidades; propriedades e atributos, caráter e índole, todos, inatos e espontâneos. Não havendo aí, oposição ás ideias acidentais, ou mesmo o que possa ter sido adquirido por costumes ou relação circunstancial.

Também se pode pensar em natureza, a própria organização universal e necessária, regida por leis naturais. Nesse caso, há relação de causalidade entre as coisas regidas por tais leis.

Há quem pense que tudo no Universo existe sem a intervenção da vontade ou da ação humana. Então, a natureza se expressa por condições físicas, é o meio ambiente e tudo quanto existe fora de nós; importando, nos provoque ideias e sentimentos.

Para ás ciências contemporâneas, a Natureza não se restringe á realidade externa, apenas. É um objeto de conhecimento científico construído. Produz-se pela atividade do conhecimento e paradoxalmente torna-se algo a depender da atividade humana, pois o objeto natural é construído cientificamente.

Entre as concepções científica e natural, as primeiras acima descritas, antes da última citada, caracteriza a visão natural, já a científica, vê a natureza como conceito produzido pelo próprio homem; artifícios, artefatos, construção humana. A própria ideia de natureza tornou-se um objeto cultural.

E aí fica uma questão! O que é cultura?

Etimologicamente advindo do verbo latino colere, tem-se cultivar, criar, tomar conta e cuidar. O cuidado do homem com a terra; era isso. Culto caracteriza expressão a designar o cuidado com a alma e o corpo das crianças, com sua educação e formação.

Por isso, puericultura (em latim, puer = menino; puera=menina). A cultura era a educação da criança visando tornarem-se membros virtuosos da sociedade pelo refinamento das qualidades naturais.

No século XVIII, o conceito de cultura passa privilegiar os resultados da formação ou educação do ser, resultante dos feitos humanos; seja: obras, ações e instituições, as artes, as ciências, a filosofia, os ofícios, a religião e o Estado.

Cultura nesse âmbito passa sinalizar sinônimo de civilização, não menos produtivo é considerar que os resultados da formação-educação, figura na vida social e política com mais nitidez a compor o conceito de cidade-Estado.

Assim, no primeiro momento a cultura é o aprimoramento da natureza humana pela educação em sentido amplo. No segundo, a partir do século XVIII, inicia-se a separação e posteriormente a oposição entre Natureza e Cultura.

Ao considerar esse binômio, sobretudo a partir de Kant, a relação homem e natureza se fracionam em uma diferença essencial: esta atua mecanicamente em conformidade com leis necessárias de causa e efeito; aquele é dotado de liberdade e razão, as escolhas são ações regidas por valores e afins.

Quando o segundo sentido passou a prevalecer o significado de cultura é expresso nas obras humanas que se exprimem numa civilização; após, a relação instituída pelos humanos socialmente organizados, marcada no tempo e espaço com outros humanos e com a natureza. Nesse ínterim, cultura torna-se sinônimo de História. A natureza é o reino das repetições; a cultura, o da transformação racional; então, a relação humana inscrita no tempo e no espaço.

Por ser temporal e histórica, as sociedades se definem por ritmos próprios a cada uma dentro do contexto das variadas culturas que lhes são pertinentes. Se tentarmos compreendê-las no sentido amplo e restrito, poderemos perceber que cultura é a maneira pela qual os humanos se humanizam por meio de práticas que criam a existência social, econômica, politica, religiosa, intelectual e artística.

Também se percebe, que a religião, a culinária, o vestuário, as formas de habitação, os hábitos à mesa, o modo de relacionar-se com os mais velhos, as instituições sociais, as diferenças sexuais e étnicas, e tantas outras, constitui a cultura como invenção da relação com o outro.

Então, quem é o outro? De certo, primeiramente, é a Natureza. Naturalmente o outro humano, e antes, os deuses; os maiores que os humanos. Depois os humanos mais que outros humanos. Esses, os diferentes de nós, os estrangeiros, os antepassados e os descendentes, os mais jovens e os mais velhos, o homem para a mulher e a mulher para o homem.

No universo do outro, também temo-lo como a outra classe social, diferente da nossa, o outro inserido no seio da sociedade, se define no conflito da divisão de classe e entre os inúmeros resultados da existência da alteridade, no interior da mesma sociedade poderemos encontrar a divisão entre cultura de elite e cultura popular, cultura erudita e cultura de massa.

Sabemos agora; em condição de perceber por que as frases de nosso cotidiano sobre ‘cultos’ e ‘incultos’ indicam preconceito e não conceito.

Nessa reflexão preliminar, podemos deixá-la em essência, e na sequencia conceituar o que venha ser cultura material e imaterial. Esta se resume no que é imaterial, intangível, que não tem substancia material. Nela encontram-se as crenças, conhecimentos e aptidões; hábitos, significados, normas e valores.

Aquela; a material, evidentemente, se constitui nas coisas materiais, bens tangíveis, dos quais podemos citar: artefatos e objetos materiais, fruto da criação humana e resultantes de alguma tecnologia.

Compreendido a cultura em sua essência e classificação, há que se observá-la em seus componentes, pois de modo geral, a cultura se constitui de alguns elementos; sejam, os conhecimentos, as crenças, os valores, as normas e símbolos.

Os conhecimentos são de ordem prática, e não raro, os indivíduos aprendem primeiramente aquilo que lhes permitam sobreviver. As crenças, embora intelectual, muitas das vezes possui conotação emocional. Os valores demandam grau de importância que membros de uma sociedade atribuem; podem ser índices a sinalizar riqueza, prestigio e poder; crenças, instituições, objetos materiais; além de expressar sentimentos, o valor orienta e incentiva o comportamento humano.

Também podemos considerar nesse entendimento, as normas, e nelas perceber os modos de agir dos indivíduos, e esses, consistem em conjuntos de ideias convencionadas, referendadas pelo próprio pensar, sentir e agir em dadas situações. Já os símbolos, estes, permitem ao homem transmitir seus conhecimentos aprendidos e acumulados durante as gerações.

Os símbolos, certamente, nos permite transparecer os valores, as crenças, e as normas. De modo geral, pode-se dizer que a cultura material e imaterial se vale dos símbolos para comunicar significados partilhados por uma determinada sociedade.

Por ser assim, cada sociedade disporão em sua cultura, símbolos como realidades físicas ou sensoriais a expressar sua identidade cultural. Dentre algumas, podemos exemplificar o povo do Estado do Rio de Janeiro, que tem como expressão maior de sua cultura material o símbolo da Cidade do Rio; a estátua do Cristo Redentor, e como identidade cultural imaterial, o carnaval carioca.

Também podemos exemplificar a cidade de Piraí, no Estado do Rio de Janeiro, como expressão imaterial da cultura local, a Festa da Tilápia, tipicamente uma festa gastronômica, e como símbolo material o Casarão de Arrozal; marca temporal dos tempos da escravidão.

Para finalizar nossas observações a respeito de algumas peculiaridades e conceitos de cultura, vamos dispor algumas possibilidades de se trabalhar com alu_

nos de escolas públicas o tema cultura material e imaterial.

Dentre as muitas possibilidades, podem-se incentivar os alunos ao uso das tecnologias da informação, no caso, o celular. Esse aparelho é muito útil, não só em sala de aula, como no cotidiano do aluno.

A partir dessa possibilidade de uso, solicita-se aos a registrar no formato selfie, tendo como fundo um patrimônio cultural material e imaterial de sua cidade ou mesmo localidade em que mora.

O registro é postado em um blog, previamente criado pelo professor para essa finalidade, devendo o aluno, não só postar a imagem, mas, criar um texto que identifique seu registro.

Em um outro momento, o professor cria grupos de debates a respeito do registro dos alunos, expõe a produção dos alunos em murais e promove concurso das melhores postagens; para comemorar o trabalho pode-se concordar com os alunos; algum passeio cultural, e nele, como exemplo, um convescote cultural.

Essa atividade é uma dentre muitas que podemos abordar assuntos variados e expô-los à apreciação dos alunos, certamente, o resultado é sempre variados conhecimentos dentro do contexto de vida dos aprendentes.

Referências

LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. São Paulo: Ed. Atlas, 1985

http://portal.iphan.gov.br/ em: 18/05/2016 as 20:00hs.

Roberto Ramón
Enviado por Roberto Ramón em 28/04/2017
Reeditado em 31/08/2020
Código do texto: T5983688
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