O Japão e as Olimpíadas de 2020....

Os japoneses montaram um planejamento que visa repetir o feito de 1964, quando sua capital recebeu a Olimpíada pela primeira vez: aproveitar a competição para projetar o país no mundo, com ênfase na tecnologia e na infraestrutura. Se há cinco décadas o planeta ficou espantado com o shinkansen, o trem-bala japonês, a aposta para 2020 inclui táxis sem motorista, robôs realizando o papel de voluntários e trens flutuantes capazes de atingir a velocidade de 600km/h.

Um diferencial em relação a 1964 é que, desta vez, a preparação tem uma forte pegada sustentável. Tóquio 2020 almeja sediar os Jogos do combate ao desperdício e da emissão zero de poluentes, com forte investimento em energias alternativas — a Vila Olímpica, por exemplo, será totalmente movida a hidrogênio.

Uma das estratégias básicas para evitar esbanjamentos consiste na reciclagem de estruturas já existentes, muitas delas construídas para o evento de 52 anos atrás. Dos 37 locais de competição, 15 (41%) estão nessa categoria. Segundo os organizadores, o reaproveitamento permitirá uma economia de US$ 2 bilhões. No entanto, eles já se mostram preocupados com o estouro do orçamento em algumas estruturas temporárias em construção.

O Estádio Olímpico, que sedia as cerimônias de abertura e encerramento, desempenhou um papel central no posicionamento de Tóquio em relação aos custos aceitáveis. Os organizadores decidiram colocar abaixo a estrutura usada em 1964 (a demolição foi completada em maio do ano passado) e erguer no mesmo local uma nova arena.

Inicialmente, foi escolhido um esfuziante e futurístico projeto assinado pela célebre arquiteta Zaha Hadid. Quando os japoneses souberam que o custo da empreitada, mesmo depois de eliminados luxos como o teto retrátil, chegariam a US$ 2,1 bilhões, a gritaria foi enorme. O valor era 50% superior ao orçamento inicial e pelo menos três vezes maior do que qualquer nova estrutura construída nos Jogos de Londres, Pequim e Sidney.

Como resultado, o primeiro-ministro Shinzo Abe deixou as plantas originais de lado e lançou um novo concurso, em busca de um estádio mais simples e barato. No fim do ano passado, saiu vencedor o projeto do arquiteto nipônico Kengo Kuma, com 68 mil lugares (uma redução de 12 mil em relação ao anterior), 49 metros de altura (21 metros a menos) e um design algo sem graça, que levou os japoneses a batizá-lo de "o hambúrguer". O custo, no entanto, foi cortado quase pela metade. Por causa dos percalços, o cronograma de reconstrução atrasou, e a expectativa é que a obra esteja concluída só no final de 2019.

Um outro compromisso dos organizadores é o de realizar Jogos compactos, com a grande maioria das arenas (28 das 37) localizadas a no máximo oito quilômetros da Vila Olímpica, uma forma de evitar deslocamentos custosos e poluentes. São duas áreas principais de competições. Uma delas é o centro da cidade, onde estão o Estádio Olímpico e muitas das construções usadas em 1964. A outra é contígua e fica junto à baía de Tóquio. Na intercessão de ambas, será levantada a Vila Olímpica.

Nota do divulgador:- Não por ser neto de Japoneses, mas acredito que se o Brasil tivesse um mínimo de consciência de que tais gastos não melhorariam em nada o Brasil, pensariam duas vezes em trazer tais eventos sem infraestrutura financeira e monetária, principalmente em turismo... que deixou muito a desejar, pois compraram os trens lá em Cuiabá mas não completaram as linhas para que os mesmos pudessem chegar do Aeroporto ao estádio da Copa??? ISSO É O BRASIL INFELIZMENTE!!!