Mangal das Garças - Belém - Pará

CONTEXTO ADMINISTRATIVO

Na final década de 1980 surgiu a ideia que, felizmente, em meados da década seguinte, foi incorporada pelos gestores da cidade de Belém, capital do estado do Pará.

A ideia era revitalização de espaços baseada em modelos planejados, que dessem vida nova ao grande centro urbano de Belém.

Nessas circunstâncias, espaços de Belém constituíram-se em objeto de intensas transformações. Dentro dessa ideia central, os projetos: Feliz Lusitânia; Estação das Docas; São José Liberto; e Mangal das Garças, todos implantados, resgataram a memória social e cultural da sociedade paraense. Além disso, as atividades econômicas, principalmente a comercial, foram estimuladas com o incremento do turismo.

PARQUE AMBIENTAL MANGAL DAS GARÇAS

CONCEPÇÃO

A ideia era representar, no ambiente do parque, as diferentes macrorregiões florísticas do Pará, portanto com elementos representativos de sua flora e fauna. Com isso, seria fácil a percepção, perdida no asfalto e no concreto da cidade, de que Belém tem a floresta como moldura.

Agrupados a essa ideia central: infraestrutura de atendimento aos visitantes; bem como elemento de contemplação da área urbana e das águas que a banham.

Evidentemente, que essa recriação ambiental, essa síntese do ambiente da moldura de Belém somente estará concluída daqui a uns dez anos.

LOCALIZAÇÃO

A área com cerca de 40 mil metros quadrados, alagada e constituída de extenso aningal às margens do Rio Guamá, próximo ao centro histórico de Belém do Pará, no entorno do Arsenal da Marinha, transformou-se em no belo recanto de Belém, Mangal das Garças.

EXECUÇÃO

Traços Marcantes

A execução teve a preocupação de unir a preservação da natureza com o lazer. Assim o espaço pode ser explorado visualmente, e também de maneira dinâmica, proporcionando ao visitante convívio com a natureza.

A transformação foi cuidadosa. O pré-requisito era o aproveitamento máximo das condições paisagísticas da área. Os elementos arquitetônicos foram colocados de forma ordenada como parte integrante, integradora do parque e em harmonia com a natureza.

A preocupação com a vegetação está presente pela conservação e preservação das árvores originais. A flora característica do local é a de várzea do estuário amazônico.

O ambiente foi todo estruturado para receber as aves. O viveiro das aningas, por exemplo, sofre a influência das marés, o que permite a adaptação de aves aquáticas.

No aproveitamento de presença de rio, foi criado lago no centro do parque, onde convivem animais de diferentes espécies como as garças, socós, marrecos, além de cágados e tartarugas.

Em torno do lago, foram traçados caminhos e passeios pavimentados para a contemplação dos visitantes.

Preservação Da Flora No Parque

A vegetação predominante, o aningal, foi preservada. A aninga é uma espécie de planta invasora, presente no Mangal, e que cria condições de sombra e possibilidade de aparecerem outras espécies. Conservadas as existentes, ou implantadas encontram-se trezentas espécies de árvores presentes na região, como:

Bacurizeiro (Platonia insignis)

A espécie cultivada no Mangal é o Bacurí-Pari, pode ser encontrada na floresta Amazônia e próximo a áreas de várzeas de pequenos rios. É conhecido também como Bacuri de Bico, Bari-pari e Bacupari-açú.

Aninga (Montrichardia linifera)

Planta herbácea que cresce na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água. É uma espécie com capacidade de absorver grandes quantidades de minerais presentes no solo.

Açaizeiro (Eutérpe oleracea)

Também chamado, juçara, palmiteiro, piná e tucaniei, é uma palmeira que produz um fruto de cor roxa e muito utilizado na confecção de refrescos, sucos, sobremesas e como alimento para os moradores da região Norte do país. Hoje, rompeu as fronteiras amazônicas e é encontrado nas casas de sucos e de produtos naturais em todo o Brasil e em algumas cidades estrangeiras.

Mangueira (Mangifera indica)

Árvore frutífera nativa do sul e sudeste asiático, que foi introduzida com sucesso no Brasil, por ser um país tropical. Produz vários tipos de manga muito consumidos pelo brasileiro.

Como a arborização da parte central de Belém foi feita com mangueiras, a cidade ficou conhecida como “Cidade das Mangueiras”.

Inícío das Obras, Custo e Inauguração

O início das obras foi em 2001 com custo de R$ 15 milhões e foi inaugurado em 12 de janeiro 2005, data em que a cidade completava seus 389 anos de idade.

O QUE É HOJE O PARQUE

Parque ambiental Mangal das Garças, é um grande exemplo de intervenção urbana. Com aproveitamento do ambiente típico da região, com utilização criativa da orla, é complexo cultural e turístico, síntese do ambiente amazônico, bem no coração da cidade.

Obra emblemática, que preserva a natureza e proporciona ao visitante, além de espaços de lazer e contemplação, estímulos educacionais à vida de respeito e em harmonia com a natureza.

Entre seus componentes destacamos:

O Viveiro das borboletas

Reserva José Márcio Ayres, com área de 1.400 m², possui vegetação propicia as espécies, com cascatas e espelhos d’água e produz mais de 5 mil borboletas adultas todo mês, todas catalogados e estudadas.

O ambiente é o primeiro do gênero da região Norte, já é apontado como o maior de todo o Brasil.

Viveiro das Aningas

Ou Viveiro dos Pássaros, onde o visitante tem contato direto com uma impressionante quantidade de pássaros.

Farol de Belém

É o reservatório de água do parque. Torre-mirante em estrutura metálica com 47 ms com dois níveis de observação, um com15 ms e e outro com27 ms, para contemplação da orla e de parte da cidade.

Elemento criado com a intenção de remeter ao passado da cidade de Belém de farol encontrado nas cartas náuticas brasileiras e dos reservatórios d’água sobre estruturas metálicas para o abastecimento da cidade, que era feito por empresa inglesa.

Orquidário

Manjar das Garças

Restaurante considerado um dos melhores de Belém. Salão todo em madeira, mas com esquadrias de vidro, facilitando a vista de contemplação do visitante mesmo na hora de comer.

O acesso é por meio de rampas de ipê lavrado, que levam também até o mirante para o rio.

Mirante para o Rio

Passarela de 100m elevada sobre a vegetação nativa de várzea, com píer para acomodar melhor os visitantes durante contemplação do rio e ilhas e, se no final tarde, coloridos por crepúsculo inesquecível.

Museu Amazônico da Navegação

Armazém do Tempo

Antigo galpão de ferro, onde funcionava oficina mecânica para reparo de embarcações. Restaurado para abrigar ambiente alternativo, onde os visitantes podem comprar plantas, artesanato, livros e CDs de artistas paraenses e é possível saborear no local requintado serviço de café.

Além desses destaques, existe outro: grande quantidade de animais soltos pelo Mangal como aves pernaltas, marrecos, cisnes e as garças que dão nome ao parque.

A educação ambiental do cidadão, o reconhecer a natureza do entorno e o privilégio de consumir visualmente a imagem amazônica se agregam à inesquecível experiência de quem vista o Mangal das Garças, o parque ambiental de Belém do Pará.

FONTES:

mangaldasgarcas.com.br;

naea.ufpa.br;

percorrendobelem.blogspot.com; e

pt.wikipedia.org

J Coelho
Enviado por J Coelho em 05/09/2017
Reeditado em 05/09/2017
Código do texto: T6105030
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