DEUS, RESOLVEDOR DE PROBLEMAS?

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; (Mt.6.29)

Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.(Jo. 20.17)

Se há algo que o Novo Testamento deixa bem claro é que Deus é nosso Pai! Só nos quatro evangelhos vemos Jesus declarar que Deus não é apenas o SEU Pai mas que também é NOSSO! E, mais de 40 vezes não apenas em Atos mas também nas epístolas, existem referências claríssimas quanto ao fato de Deus SER nosso Pai.

Poderíamos ficar falando horas sobre os versículos que falam sobre isso, posso dar uma lista de todos que falam que Deus é nosso Pai, contudo, gostaria de falar não sobre esta paternidade mas, sobre a falta dela em nossas vidas.

Há algumas décadas, uma das maiores dificuldades que existia era explicar a posição de Deus como pai para irmãos na igreja. Durante muitos anos, os pais eram em sua maioria autoritários, agressivos e inflexíveis em relação à educação dos filhos. Conheci muitos irmãos que viam o pai como um carrasco, diante disso era difícil para muitos conseguirem ver Deus não apenas como um senhor distante mas, como um pai amoroso que cuidava e se preocupava com o bem estar de seus filhos.

Muitas vezes tinha que conduzir irmãos a perdoarem a forma como seu pai os tinha conduzido, mostrando que Deus era um pai amoroso e que jamais seria como o seu pai humano. Muitos viam Deus como um carrasco, sempre pronto a castigar diante do primeiro erro dos seus filhos, algo que estava incrustado dentro da mente das pessoas. Era normal quando os filhos faziam algo errado, a mãe dizer que o pai ao chegar castigaria, isso era cultural uma vez que o pai era o detentor da palavra final em relação ao castigo dos filhos.

Com o tempo as pessoas foram mudando, os pais de hoje não são mais os carrascos que eram outrora. É claro que os pais de hoje já não são autoritários como os de algumas décadas. Na realidade, hoje existe uma inversão de autoridade onde muitos filhos estão mandando nos pais. Diante disso nos tempos de hoje fica ainda mais difícil as pessoas compreenderem Deus não apenas como pai, mas como um pai amoroso, antes, muitos estão vendo Deus apenas como aquele que provê tudo e resolve tudo! Para poder deixar claro o que gostaríamos de dizer, usaremos uma comparação que infelizmente aumenta à cada dia em nossos dias, a figura do pai divorciado.

Quando acontece um divórcio, o homem fica responsável por manter, através de pensão, as necessidades dos filhos. Os pais divorciados em sua maioria, procuram de todas as maneiras manter as necessidades dos filhos para que estes não venham a querer estar junto com ele, uma vez também, em sua maioria já tem outra mulher e, com certeza, esta quer a atenção total por parte dele, em detrimento dos filhos da mulher anterior.

É até natural que isso aconteça, conheci uma mulher, que o ex-marido, atendendo a vontade da outra, sugeriu que esta fizesse até exame DNA em seus filhos para ter certeza de que eram seus filhos. Intrigas de nova mulher para fazer com que este ficasse até contra os filhos caso não fossem dele, devo dizer que os filhos eram mesmo dele, o que não o impediu de ficar com a outra.

Mas o que quero dizer ou deixar claro é que os pais que deixam suas mulheres para ficar com outra, em sua maioria, acabam atendendo os desejos dos filhos, quero dizer materialmente, para que estes possam deixa-lo, podemos dizer, em paz para seguir sua vida com a nova mulher.

Este passa a ser apenas um pai financeiro. aquele que atendem em sua maioria os anseios financeiros daquele que ele acha que são seus ex-filhos, o que não existe pois nunca um filho será um ex-filho. Devemos entender também que hoje, boa parte das igrejas de hoje não estão mostrando Deus nem como um pai autoritário e nem um pai amoroso. O pai que as igrejas estão mostrando hoje é um pai divorciado! Ou seja, as igrejas estão mostrando aquele pai que tem a única obrigação de atender a todos os desejos dos seus filhos. O chamado pai financeiro, aquele que os filhos ligam para que este compre isso ou aquilo. Um pai que não tem preocupação com o lado emocional dos filhos, que não está presente para explicar que nem sempre o que o filho deseja é o ideal, mas fazer o filho compreender que nem sempre o seu desejo pode ser atendido, quem nem sempre o que um filho acha ser o que ele precisa não é o certo a ser conseguido.

Hoje a cada dia surgem novas famílias com outros homens apresentando-se como pais, e, muitos destes pais, são pessoas que, dizendo-se homens em boa parte a acabam abusando do relacionamento com seus novos ''filhos'' São notórias as noticias falando deste tipo de pai que abusa não só emocional mas também fisicamente dos novos "filhos", chegando a provocar traumas quase irreversíveis.

É algo que estas chamadas novas "famílias" tem que ficar atentas, não deixar-se levar por aparências, sejam elas quais forem, falo não apenas para as mulheres, mas também para os homens embora entenda que neste contexto de "novas famílias" os enganos podem ocorrer dos dois lados.

O grande problema deste pai divorciado é que nunca está presente, ele não precisa estar também. Este é tipo de pai que as igrejas pregam hoje!

Um tipo de pai que só atende os anseios materiais dos seus filhos, nada além disso. Um pai sem compromisso com seus filhos, um pai que somente irá dar o que o filho pedir.

Infelizmente está é a posição apresentada nas igrejas hoje, um pai que está sempre pronto a dar aquilo que os filhos pedem, sem pestanejar, sem avaliar o quanto aquilo que o filho pediu vai causar dano. O pai apresentado pelas igrejas hoje vai de todas as maneiras satisfazer a vontade do filho, sem importar o que ele quer.

Jesus mesmo nos diz que Deus é o nosso pai, na conhecidíssima oração do pai nosso de MT. 6.69 ele diz::

Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;

Ele mostra que, nesta oração, devemos começar dizendo: Pai. Deus é o nosso pai!

Como já disse, existem muitos versículos que mostram esta relação pai e filho mas que, com o tempo, na realidade com a com a falta de convívio entre pai e filho, perdeu-se!

Muitos dizem que pai não é o que faz o filho, mas aquele que cria, é uma frase muito conhecida. Deus não é este tipo de pai, que abandona os filhos por causa de uma outra mulher ou por qualquer outra situação. Deus é um pai presente cuja única exigência, se é que podemos colocar assim, é que seus filhos o reconheçam como pai.

Entendo muito bem o famoso Pai nosso, entendo por que ele começa dizendo assim. Deus é nosso Pai! Nós, muitas vezes por falta de uma direção correta, deixamos de reconhece-lo desta forma. Deus, ou melhor, nosso Pai, não está distante como muitas vezes pensamos, ele não quer que cheguemos em sua presente dizendo me dá, mas em primeiro lugar, reconhecendo-o como um pai amoroso, que nos ama e que quer o melhor para cada um dos seus filhos, pois ele sabe o que é o melhor para nós, e, muitas vezes, o que achamos ser o melhor, nem sempre é o que Ele sabe que é o melhor para nós.

Entendamos que nos últimos anos, ao irmos na igreja, temos sido ensinados a chegar diante de Deus e exigir que ele atenda os nossos desejos, não importante eles o que sejam! Mas não é assim que chegamos diante de nossos pais físicos, imagine diante do maior de todos.

Um pai é antes de tudo, um amigo, um confidente, alguém pronto a nos ouvir e nos mostrar o que é melhor para nós em cada situação. Ele, por ser mais velho, por já ter vivido inúmeras situações, sabe quais são as melhores amizades, as companhias que certamente nos farão crescer em conhecimento. Como pai presente, ele nos ouve sempre que queremos que ele nos ouça, um pai verdadeiro é assim. Existem momentos em que ele irá nos dar uma bronca por estarmos fazendo algo errado mas, se a bronca foi de forma ríspida foi por que com certeza, persistimos em fazer algo errado e ele, como pai, por sua experiência, sabe sempre o melhor para nós. Vejam bem, estamos falando de um pai verdadeiro, que sabe ver situações com justiça e equidade, um pai que pensa antes de falar, e ao falar, sabe sobre o que está falando.

Um pai verdadeiro que ama realmente seus filhos, sempre irá tratar a todos de maneira igual, nem menosprezando ou mesmo exaltando outro, este é o pai que todos nós almejamos ter. Este é o tipo de pai que queremos ver em Deus.

Agora lhe pergunto; é este tipo de pai ao qual temos sido apresentados nas igrejas hoje? Na realidade, o tipo de pai que as igrejas tem apresentado hoje nada mais são do que pais divorciados! O pai que nos é apresentado hoje nada mais é do que aquele que apenas atende nossas necessidades materiais sejam elas quais forem! O pai que nos é apresentado hoje tem que nos dar o melhor! Temos que ter o melhor carro, morar nas melhores casas, trabalhar nos melhores empregos, este é o tipo de pai que a igreja nos tem apresentado hoje! Não há necessidade de ter-se respeito por este pai! Não há necessidade de dizer que o amamos! Não há necessidade de dizer nada que o agrade apenas o me dá! Apenas o eu quero!

O Pai nosso diz em primeiro lugar Pai nosso! Ele também diz em seguida que estás nos céus. Sim, ele está nos céus! Mas não está distante! Pois o mesmo Jesus disse em Mt… 6.6 :

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Jesus deixa claro e teu Pai, que vê em secreto... O pai vê! Deus vê tudo. Isto fica ainda mais patente no Salmo 139 quando o salmista declara que Ele tudo vê, que conhece o nosso pensamento antes mesmo dele chegar à nossa mente.

O que ouvimos em nossas igrejas hoje é que Deus é apenas o nosso facilitador, aquele que atende todos os nossos desejos, que deseja apenas que sejamos ricos e poderosos. Esta é a posição da igreja hoje, isto é o que tem sido pregado em nossos púlpitos hoje.

Mas não é isso o que a Palavra de Deus fala sobre Deus ser pai!

Um pai amoroso pensa no futuro dos seus filhos, ele vê o que espera cada um do seus filhos e prefere ensina-los como conseguir o que desejam e não apenas dar sem olhar para a real necessidade.

Durante anos a igreja tem pregado que Deus é bom e nos dará tudo o que pedimos, usam certos versículos como se Deus fosse obrigado a nos ouvir em cada bobagem que coloquemos diante dele. Um exemplo disso é são passagens como Mt. 7.11 e Lc. 11.13:

Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem?

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Realmente é o que a Palavra diz, mas isto é para os filhos! Quem são os filhos? I Jo. 3.1:

VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.

É um ato de amor concedido por Deus que fôssemos chamados filhos! Contudo para sermos filhos temos que ser irmãos de Jesus. Vejamos o que nos diz o apóstolo Paulo em Gl. 4 4-5:

4 Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,

5 Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos

Deus enviou o seu filho, para remis e a partir disto, sermos adotados como filhos!

Agora vejamos ainda o que nos diz Gl. 3.26:

Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus.

Como vemos, filhos somos à partir do momento em que cremos em Cristo Jesus! Não sou filho por que eu quero ser, sou filho por que cri em Jesus Cristo!

Mais adiante vemos uma verdade absoluta no Evangelho de João 1. 12-13:

12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome;

13 Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus

Não sou filho por que quero ser filho, sou filho por que eu cri em Jesus Cristo!

Mais ainda, para ser filho eu tenho que ter o Espírito Santo testificando no meu espírito que sou filho de Deus! Rom. 8.16:

O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus

Somente os filhos verdadeiros tem este testificar. Existem muitos chamando Deus de pai sem ter este direito, existem muitos ensinando as pessoas a exigirem de um pai ao qual nem o apresentaram e nem mesmo o conhecem!

Filhos são aqueles que conhecem o seu pai e, por conhecerem este pai, sabem o que este pai tem de melhor para eles, sem nem precisar falar com ele.

Nosso Pai celestial sabe muito bem o que precisamos sem mesmo que lho peçamos!

Para receber do Pai temos que, em primeiro lugar estar na posição de filhos.

Em segundo lugar, conhecer o Pai.

Lembrando que para estar na condição de filho, precisamos ter Jesus como irmão, através da aceitação Dele como nosso Senhor e salvador pessoal. Depois conhecer o Pai, e para conhecer o Pai, precisamos conhecer o filho! Lembremos o que nos diz o próprio Jesus em Jo 14.9 :

Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?

Basta olhar para Jesus que vemos Deus o Pai! Ele é o maior exemplo de Deus que podemos ter, Ele mesmo disse que fazia a vontade do Pai em Jo. 6.38:

Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

E qual é a vontade do Pai antes de tudo? Basta olhar para Jesus!

Como podemos ver muitos de nós estamos longe de estar na posição de filhos de Deus!

As igrejas em sua grande maioria não se preocupam em nos ensinar que Deus é nosso pai e sim, como podemos tirar algo dele.

Voltemos ao conhecido Pai nosso. Ele só será nosso quando formos Dele de todo o coração.

Como você tem visto a Deus em sua vida? Como um pai divorciado ao qual vive apenas pedindo coisas? Como um pai amoroso ao qual ama de verdade?