Pitangoleiros anônimos

Pitangoleiros anônimos

Quem chegasse ao Barbazul no início da noitinha do dia treze último, se conseguisse entrar, iria se deparar com a cena costumeira que, simulando o ciclo menstrual, enche a machonaria pitangueira - e associadas - de genuína alegria. Era a edição setembrina desse imperdível evento.

E se podia ali, duma mirada, louvar o resultado do ingente trabalho da tripartite comissão-anfitriã que organizou, com tanto brio mais esse encontro: Marcô, Bécaud, e Kunnô. E até rimô. Trio melhor que esse para organizar, tabelar e marcar, nem Coutinho, Pelé e Pepe, ou Sá

Rodrix e Guarabyra...

O fato, e farto, é que bebida e papo rolaram feito lágrimas de crocodilo. Do Nilo, enquanto só pensa naquilo.. . Embora se pranteasse a ausência de clãs como o Galvão, Chaves e Carvalho (esses últimos, embora sempre na rede, não aparecem para conosco matar sua sede),

foram efusivamente saudadas figurinhas difíceis de aparecer nesse tipo de tertúlia, onde impera a liquidez, como é o caso de Anthero Rocha, do mano César, do Renato Scapolatempore, do Antônio Carlos Ribeiro, e

do ínclito presidente da SAP e decano do grupo, Rodolfo. E Rodolfo, que deixou Pitangui há 65 anos, com sua fabulosa memória brindou-me com a escalação do time sensação da cidade à época - que escrevi na

comanda e deixei sobre o balcão à saída. Mas retive três nomes portentosos, de deixarem os seus rebentos orgulhosos: Alberico, Iracy e Silas.

E se passamos de 20 presenças, foi por pouco. Mas era mais que o quórum beborum. E se a cantilena permanente para a deposição do Presidente vitalício Juarez não teve vez, ele comandou com o garbo que

lhe é peculiar a cantoria do Happy Birthday para os aniversariantes do mês que se não me falha a memória é um dos Fifis. Cortesia da amável Vel, que sempre nos dá o bolo. E razões para afinarmos nossas maviosas

vozes.

E desta vez, sob estrita vigilância, o mágico Viegas não desapareceu de cena para papar as cerejas antes da cerimônia. Contentou-se em jactar-se de seus feitos ciclísticos mais propalados que as pedaladas

dílmicas.

Os usuais suspeitos de cometerem porres perfeitos compareceram e sem alarde e, se eu cometer alguma falha ou omissão na citação é porque o prazo para o lançamento desta ata já está quase a se prescrever, e nem só o escrito deve valer.

Mas vamos lá: o detectorista Vandeir, o selecionador de beldades Aluísio, o abstêmio inveterado, Rogério Caldas, o Campos Júnior, que sempre inicia chopísticas com dois copos, o homo eolicus, Rosenberg Lobato, o mais pitanguiense das estranjas, Marcelo Spray, os jovens Fifis, Mateus e Tadeu, o incorporador Lúcio Camargos, Mr Bean Nunes, e, ao pagar das contas e apagar das luzes, a figura iluminada e redentora de Dalton, que sempre dá o tom, com sua mítica barba branca adentrou o salão. Da salvação era o sinal, ou era o pre-Juízo Final?

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 15/09/2017
Reeditado em 25/03/2022
Código do texto: T6115165
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