Nova Idade Média

Parece que não há espaço para a esperança e que sempre é o fim!

Se as descobertas e os avanços modernos fossem nossa Roma, diria que estamos caminhando para nova Idade Média. Onde os senhores feudais continuam sendo os mesmos de antes, protegidos e escondidos por vantagens que eles inventaram.

Das caravelas cruzando os continentes; do comércio de especiarias; das marcas da escravidão, das guerras e da xenofobia, do avanço da calculadora, para o computador, para satélites, para pessoas caminhando na lua, para telescópios que captam a vastidão desse ''todo'' que podemos chamar de lar, até para a tecnologia que permite ver pessoas por telas tão finais, falar com pessoas tão distantes e ir onde não imaginávamos...para a nova Idade Média.

Dos grandes problemas da humanidade, poderíamos estar falando do desarmamento, do uso de drogas, do sexo como algo fútil e tabu a ser enfrentado, da educação que nos deprime cada vez mais, da poluição e aquecimento, porém, ainda estamos presos no quintal do vizinho.

Não que LGBTs sendo considerados doentes, a demora pela total liberdade de casamento e união homoafetiva, da adoção por pais do mesmo sexo, ou que a igualdade venha para todos os negros e mulheres que ainda são chamados de auto vitimizadores sejam questões menos importantes, mas me parecem tão fáceis: nos deem liberdade!

Enquanto o ato de se intrometer na vida alheia for um deleite, o falar sem propriedade for fascínio e o ato de julgar aquilo que não o cabe for interessante, vamos continuar estagnados aqui! Onde todos balançam suas mãos para esquerda e para direita enquanto um ato de liberdade e gentileza for a coisa mais fácil a se fazer.

Minha mãe sempre diz ''o mundo não acaba, quem acaba somos nós'', realmente ela esteve certa esse tempo. Na bíblia diz que no começo tudo era escuridão e mais alguém disse que o fim vem com uma forte luz e então se instala a escuridão...se somarmos, vamos ver que estamos sendo levados para onde viemos: o nada. E tudo aquilo inventado teria sido feito em vão.

Porém pior do que extinção humana, seria o sumiço da esperança no coração de alguém. A liberdade do ''eu sou com orgulho'' lhe ser tirada é uma das maiores dores conhecidas. Caminhamos tanto mas ainda batemos nossas cabeças nas dos outros pelo simples fato daquilo que reveste nossas almas, por aqui entre nossas pernas e pelo amor em nossos corações.

[Esse texto foi originalmente postado em meus facebook e é inspirado na decisão da Justiça Federal do DF em tratar a homossexualidade como doença]