Triste Canto
O anoitecer cai sobre a simplória vila,
faz-se presente, o luar belo e mágico!
Tudo agora reflete a enaltecida calma,
das humildes pessoas desse povoado.
Não sei quem circunvaga tão sozinho,
por entre as ruelas e num desabafo...
Chora a saudade do amor que partiu,
e entre soluços, um canto é entoado...
Num êxtase, eu escuto o triste cantar,
dentre grande silêncio e tão estridente,
que enche d’água meus olhos cerrados,
e combalida, minha alma jaz plangente.
Ansiando pelo sono... rogo-o em prece!
Mas, lá fora... o murmúrio cheio de dor,
buscando encontrar quem mais não tem,
faz-me deixar de sonhar com um amor.
©Daura Brasil
São Paulo - 2006
Image: Nostalgie by Silvia Vassileva