Calmaria

Agasalhada no meu âmago,
no recanto da minh’alma,
repousa, com docilidade...
Acalenta-me!... Calma!
 
Antepara-me dos medos,
e diligente, os acalma,
como aragem benfazeja...
Acaricia-me!... Calma!
 
Os argumentos adversos,
transparente, os reclama,
reluzente como o Sol...
Ilumina-me!... Calma!
 
As questões descabidas,
desvelada, as difama,
com um toque elevado...
Purifica-me!... Calma!
 
Os ditos indelicados,
sabiamente, os infama,
inoculando brandura...
Envolve-me!... Calma!
 
Os momentos enigmáticos,
o sutil transe, os inflama,
com sublimidade e Paz...
Inspira-me!... Calma!
 
© Daura Brasil
São Paulo - 2005

Image: Calm Waters by Pamela Fermanis