ENSAIO

O que posso eu falar do amor?

Que jamais fixou endereço,

Que transcende a força de todo enredo?

E que nunca obedece a vontade do peito?

Que castiga sem qualquer piedade

E que só desdenha destino de saudade?

O que posso eu querer do amor?

Se a si...ele sequer se pertence...

Que reina no peito de toda essa gente?

Que só zomba de qualquer aliança,

E que sai por aí a procura de andanças?

Que habita o coração dos poetas...

Que só fazem poemas com a alma repleta?

Desse amor ...que em sã consciência,

Nunca foi só presença...é pura contingência?

Não!...

A esse amor de laço apertado...

Eis meu verso calado...a apartar sua ausência...