FEITICEIRA

Quando enfim... a noite chega,...

Me parece que eu enguiço!

Não seria algum feitiço,

Que a noite lança sobre mim?

Sinto que também escureço,

Volto àquele endereço

Donde não quero partir!

Busco acender uma estrela,

Faiscar uma pequena centelha

Do que nunca se apagou.

Mas que a noite em mim calou!

Ela é um tanto poderosa...

Cruelmente impiedosa

Me açoita o coração...

E mesmo a paixão fogosa,

De chama alta e majestosa

Curva-se à sua escuridão.

E eu fico aqui sem verso,

Por um fio buscando o afeto!

Que a noite me roubou...

Vaga nua entre meus becos

Só me tira o meu sossego,

Não devolve o que levou.

Essa noite... é feiticeira...

Me deixa sem eira... nem beira!

Num poema que findou...