DIVÃ

Há dias nos quais me brilha o horizonte da poesia...

Já nas primeiras horas da aurora da manhã!

Então, lanço o olhar e traço trilhas na alquimia

De transformar em rimas os meus afetos...qual num divã!

Afã de enlaçar e lapidar palavras mudas,

Que brotam no silêncio a trabalhar dentro de mim!

E mesmo a forte lança a cravejar a dor aguda,

Transformo em beleza a florescer no meu jardim!

Jardim...onde palavras se adubam com a vontade

De desenhar em versos meu infinito de emoção,

E mesmo os desafetos e a dor pungente da saudade,

A bem da eternidade...eu os transformo em coração!

Assim, em largos brados eu já recito o meu concerto,

E solto do meu peito-mais um soneto-em oração...