Boa Noite

Publicado por: Angélica Teresa Faiz Almstadter
Data: 10/11/2007
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Texto : Angélica T. Almstadter Voz : Cristina Pires
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

Boa Noite

Abandonado na estante ficou meu coração, esquecido, sem serventia; enquanto os sorrisos eram tantos e ecoavam por

toda a sala. As luzes dos refletores anunciavam os convivas...eu me encolhia, grudada na minha angústia...

Percorri os cômodos todos tentando me acomodar em um canto qualquer para mitigar a minhas dores, encontrei pessoas alegres cantarolando, encontrei algumas tão fechadas em si mesmas que mal olhavam para os lados...

Todos distribuíam sorrisos e me cumprimentavam carinhosamente, mas meu coração apertado sangrava pedindo que eu me calasse, que só o afagasse, meu coração só queria voltar a bater compassado...meu coração abandonado só queria ser amado...

Quando caminhei sobre o gelo fino, o peso do meu amor exagerado não foi suportado, partiu sob os meus pés regido pela batuta dos meus pecados todos estilhaçados pelos espelhos partidos...

Uma profusão de sentimentos e emoções ao mesmo tempo afogaram minh´alma, e quando me vi só com os olhos sem reflexos e não encontrei mãos a me esperar...minh´alma adoeceu sem cura, meu coração caiu no chão e se partiu; ainda recolho os cacos das ilusões que se espalharam pelo chão...

Meus versos se apagam a cada dia e morrem de saudade em cada fim de tarde. Minha poesia se perde noite adentro e não consegue mais amanhecer...

Presa nos estilhaços dessa magia quebrada meu amor lateja...rega com lágrimas os papéis perfumados que insisto em separar bem do meu lado; como no tempo em que a inspiração não me fugia pelos pensamentos cansados.

Meu amor cheio de cuidados, que mandou mil recados...vai se calando aos poucos, não porque diminuiu porque perdeu a razão, não encontrou mais o caminho do teu coração...

Sou um quebra-cabeças desmontado, um vaso desfragmentado, um jarro sem flores, uma taça que transborda sem cessar, mas não mata tua sede...

Deixa que eu me cale que meu amor embale para que ele adormeça, minha pele não consegue esquecer os teus beijos, meus olhos não sabem mais ler o que não tenha primeiro o teu nome...

Já fiz até greve de fome, acendi o lume das estrelas, colei flores na lua, enfeitei os dois lados da rua, mas não passeias por ela, nem abres mais a janela...

E assim de coração nas mãos a alma em frangalhos eu te peço; deixa que eu adormeça...quem sabe a vida me

esquece...dentro da minha prece...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 10/11/2007
Código do texto: T731170
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