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Contradições

Devo ser isso ou talvez aquilo,
Uma contradição de duas almas,
Devo ser eu, ou talvez você
vivo o hoje intensamente na
incerteza do amanhã,

sou o claro talvez o escuro,
sei ouvir e as vezes me calar...ouço de tudo...
talvez falo ate pouco, e sobre a peneira louca do meu pensamento
falo o que quero na extração das coisas que escuto...

sou o côncavo talvez o convexo
sou o amante talvez o amado.
Vivo intensamente meus momentos
quando choro... Penitencio-me, me angustio, me entrego,
alegro-me intensamente ou me recolho,
sublimemente estampo um sorriso ou sem querer choro...

Sou tudo... Muitas vezes o nada
sou silêncio... Outras vezes pura excitação

esbravejo... grito...sou loucura...quem sou eu...
as vezes me calo, penso...reflito me exilo...sou solidão...

Tenho pouco...talvez nada...
o pouco a que me reservo sou eu,
o que ri....aquele que chora
o que sofre e muitas vezes perdoa...

Do material nada construí...tenho pouco...ou até nada,
trago nas mãos pouca riqueza
um toco de lápis... Ou um pedaço de papel,
meia dúzia de versos ou quem sabe um pequeno poema

Vivo... Sim... Intensamente o amor ao que se oferta,
recolho humildemente este palco aberto minhas contemplações...
sou grato ao verdadeiro, e muitas vezes maldigo os que me ferem...


Sou assim...e talvez nesta contradição é que muitas vezes me perco...
involuntariamente no que sou e no que desejo
no amargo salivo doce e no mal, quem sabe,
busco em mim forças, e encontro amor...